Atrizes francesas vão denunciar violências sexuais de diretores em premiação do país
Crimes teriam ocorrido enquanto eram adolescentes. Denúncias fazem parte de uma nova etapa do #MeToo
Atrizes francesas denunciam que sofreram abusos sexuais por diretores quando eram adolescentes, em uma nova etapa do #MeToo (eu também, em inglês), que é um movimento internacional que denuncia assédio e agressão sexual. As acusações acontecem em um dos momentos mais importantes para o cinema francês.
Nesta sexta-feira (23), às 16h45 (horário de Brasília), ocorre a premiação dos Cesar Awards, a versão francesa do Oscar, transmitida em todo território nacional.
A imprensa do país notícia que uma das candidatas ao prêmio e atriz, Judith Godrèche, de 51 anos, deve fazer um pronunciamento corajoso contra violência sexual, durante a cerimônia.
Judith é uma das líderes da luta contra os crimes sexuais sofridos pelas atrizes. No início do mês, ela denunciou dois diretores de cinema, Benoît Jacquot e Jacques Doillon, por estupro e abuso sexual, que teriam ocorrido quando era jovem.
A atriz e o diretor Benoît Jacquot tiveram um relacionamento de seis anos, iniciado quando ela tinha 14 anos, onde teria sofrido as violências sexuais.
Jacquot é um dos principais diretores da França, sendo 25 anos mais velho que ela.
Para uma rádio francesa, a atriz disse: “Fui doutrinada, era como se tivesse entrado para uma seita. A relação foi marcada pela violência, confinamento e controle”.
Com 15 anos, Judith teria sofrido abuso sexual Jacques Doilon enquanto dirigia um filme.
Os dois acusados negaram as denúncias.
Isild Le Besco
A atriz Isil Le Besco, de 41 anos, também denuncia Benoît Jacquot por violência psicológica e física durante um relacionamento com o diretor, que começou quando ela tinha 16 anos e ele 52.
Sobre Jacques Doillon, Isil alega que o diretor negou um papel em um filme após ela recusar de se envolver sexualmente com ele.
Anna Mouglalis
Anna Mouglais, de 45 anos, acusa Doillon por agressão sexual, em um relacionamento em 2011.
Cesar Awards
Em 2020, um movimento, intitulado Anti-Polanski, ganhou as ruas da França quando o roteirista Roman Polanski levou o prêmio para casa.
Polanski é procurado nos Estados Unidos depois de ter sido acusado por estuprar uma menina de 13 anos, em 1977.
A atriz Adèle Haenel, que denunciou supostas agressões sexuais cometidas por outro diretor francês, no início dos anos 2000, quando tinha 15 anos, levantou-se e saiu da sala.
*Com informações da Associated Press