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Entenda como funciona o "Cofre do Fim do Mundo" na Noruega

Segunda reportagem da série 'Ártico, Além do Gelo' explica como a estrutura pode salvar a humanidade em caso de uma catástrofe global; assista

Entenda como funciona o "Cofre do Fim do Mundo" na Noruega
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A cidade de Longyearbyen, capital do arquipélago norueguês de Svalbard, no meio do Ártico, abriga uma espécie de "Arca de Noé" dos tempos modernos, apelidada pelos cientistas de "Cofre do Fim do Mundo" ou "do Apocalipse".

A estrutura está encravada na montanha gelada, 150 metros adentro, a -18 °C. No final do longo túnel, ficam três salas. Na do meio, estão concentrados alguns dos itens mais valiosos da humanidade: sementes que podem salvar o planeta, no caso de uma catástrofe global.

O 'Global Seed Vault' foi aberto em 2008, mas a entrada só é permitida a pesquisadores da área. Os visitantes só podem chegar até certo ponto, bem na entrada.

Como funciona o banco de sementes global

O solo congelado o ano inteiro permite a conservação das variedades de sementes, mesmo se a energia acabar. O coordenador do 'Global Seed Vault' explica que o local possui, atualmente, mais de 1,2 milhão de amostras, de 6 mil espécies, usadas na agricultura de mais de 102 países - inclusive do Brasil.

Dentro da montanha, o trabalho dos cientistas é armazenar corretamente as amostras. Elas são seladas em embalagens de três camadas, colocadas dentro de caixas e guardadas em prateleiras.

A temperatura congelante e o baixo nível de umidade, inferior a 10%, garantem uma atividade metabólica mínima, o que mantém as sementes boas para uso por muito tempo.

"Nós perdemos de 80 a 90% da diversidade de sementes no último século. Agora, temos a responsabilidade de proteger o que restou para nossos filhos", afirma o representante da Crop Trust, organização sem fins lucrativos com sede na Alemanha.

Lia Barbieri, pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas, no Rio Grande do Sul, já esteve no "Cofre do Fim do Mundo". Ela foi a única representante das Américas em um comitê formado por oito especialistas, com a missão de conferir a segurança das instalações e do armazenamento das sementes.

"Tivemos acesso à documentação, a todas as instalações. Fizemos uma vistoria de todo o sistema de segurança, e de tudo o que eles vêm fazendo lá, no coração da montanha de rocha. Então, pude conhecer as três camadas de conservação de sementes. Uma delas já estava cheia de sementes, com mais de um milhão de amostras. Tive a oportunidade de ver as caixas onde estão as sementes que o Brasil depositou, em 2012, e as caixas de vários países", relata a pesquisadora.

A propriedade das sementes em Svalbard permanece com o banco genético que enviou as amostras, nas chamadas "condições de caixa-preta". Isso significa que apenas a instituição que depositou as sementes pode retirá-las.

O Brasil já fez quatro envios para o cofre e confirmou uma nova remessa em outubro de 2024. Até agora, foram depositadas mais de 5 mil amostras de variedades nacionais, como milho, arroz, feijão, cebola, pimentas, soja, abóbora, e até caju e maracujá.

Confira a segunda reportagem da série 'Ártico, Além do Gelo', do enviado especial à Noruega, Luciano Teixeira:

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