Chefe da ONU pede ambição máxima em negociações finais da COP28
Principal meta é conseguir limitar aumento da temperatura global em 1,5ºC até 2100
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu, nesta 2ª feira (11.dez), que os países tenham ambição máxima nas negociações finais da 28ª Conferência sobre as Mudanças Climáticas (COP28). O evento, que acontece em Dubai, nos Emirados Árabes, começou no final de novembro e está programado para terminar na 3ª feira (12.dez).
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"Estamos numa corrida contra o tempo. É um momento de máxima ambição e flexibilidade. Ministros e negociadores devem ir além de linhas vermelhas arbitrárias, posições entrincheiradas e táticas de bloqueio. Devemos concluir a conferência com um resultado ambicioso", disse Guterres.
Segundo o diplomata, o principal objetivo é manter as metas do Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura global em 1,5ºC até 2100 -- em relação aos níveis pré-industriais. O objetivo, no entanto, conseguirá ser cumprido apenas caso os países consigam reduzir as emissões de gases de efeito estufa em, ao menos, 50% até 2030.
Caso o objetivo não seja alcançado, cientistas alertam que o mundo terá cada vez mais eventos climáticos extremos, como chuvas fortes e ondas de calor severas, aumentando as destruições por inundações e incêndios florestais. O rápido derretimento das geleiras também aumentará o nível do mar, fazendo com que cidades costeiras, como Santos e Rio de Janeiro, desapareçam completamente.
"Uma das coisas essenciais é que todos os compromissos assumidos por países desenvolvidos sejam implementados de forma transparente, mas não vamos resolver os problemas de equidade em relação ao clima apenas com financiamento climático. Os próximos anos são vitais", frisou Guterres, defendendo o fim dos combustíveis fósseis.
O que seria uma COP bem-sucedida?
Para ser considerada um sucesso, pesquisadores apontam que a COP28 precisa focar em ao menos três pontos. O primeiro é a redução gradual de combustíveis fósseis, mirando o fim das produções globais. Apesar de serem responsáveis por aproximadamente 87% das emissões que causam a crise climática, o termo "combustíveis fósseis" nunca foi citado nos textos da COP como causa primária dessa crise.
Também há a necessidade de estabelecer a composição do fundo de Pernas e Danos, direcionado às populações impactadas por eventos climáticos extremos. A iniciativa, debatida desde o ano passado, foi aprovada pelos países no dia 30 de novembro. Ao todo, Alemanha, Estados Unidos, Japão, Emirados Árabes e Reino Unido se comprometeram a doar US$ 227 milhões.
+ O que esperar se a temperatura média global aumentar mais de 1,5ºC?
Por último, é preciso realizar um balanço global da ambição do clima para avaliar se as promessas dos governos são suficientes para atingir a meta global. A ideia é que as nações comecem a entregar as metas essenciais mais rapidamente para análise até a COP30, que será realizada em 2025, no Brasil. A sede do evento será a cidade de Belém, no Pará.