Combate à corrupção e críticas ao narcotráfico: o histórico de Villavicencio
Candidato à Presidência do Equador foi assassinado a tiros; especialista analisa cenário no país
Fernando Jordão
Assassinado a tiros a 11 dias da eleição, o candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio tinha um passado de denúncias contra a corrupção em diferentes partidos do país e de críticas ao narcotráfico. Em entrevista ao programa Poder Expresso, do SBT News, Regiane Nitsch Bressan, professora de Relações Internacionais da Unifesp e especialista em América Latina, analisou o histórico do político e o contexto equatoriano que levaram ao atentado.
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"[Como jornalista, ele fez uma] série de denúncias contra corrupção dos mais diversos partidos políticos do país. Então ele tanto denunciou corrupção no governo de Rafael Correa quanto denunciou outros casos de corrupção de diferentes partidos. Com isso, ele passou a ser perseguido e ficou um ano e meio vivendo em uma floresta junto a indígenas. A partir daí, ele assume a causa indígena como causa política. Depois, ele assume também a causa ambientalista. Então, ele é uma pessoa que trabalhava por essas causas e já sofria perseguição antes mesmo de entrar na política. Com isso, ele virou alvo fácil de facções e daqueles que não têm interesses comuns a essas pautas", explicou a docente.
A facção criminosa Los Lobos, considerada a segunda maior do país, assumiu a autoria do atentado. A polícia, porém, segue investigando o assassinato. Seis pessoas foram presas até o momento.
A professora destacou o contexto de crise econômica e instabilidade política que vive o país sul-americano: "A situação no Equador é bastante delicada, difícil, uma economia bastante debilitada, que se debilitou muito na pandemia e que agora vivencia um assassinato não só desse candidato, mas uma instabilidade democrática". Ela ainda aponta a possibilidade de que Luisa Gonzáles, candidata apoiada por Rafael Correa e que lidera a corrida presidencial, vença a disputa. Mas ressalta que o atentado vai ter influência na eleição marcada -- e, até agora, mantida -- para 20 de agosto.
Assista à íntegra da entrevista (a partir de 54min16seg):