Igreja Católica deve ser "purificada" após escândalos sexuais, diz papa
Francisco voltou a repudiar casos de abuso sexual promovidos pelo clero e fez apelo contra pedofilia
Camila Stucaluc
O papa Francisco voltou a repudiar os casos de abuso sexual promovidos pelo clero. Em declaração na 4ª feira (2.ago), durante a 37ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o pontífice fez um apelo contra a pedofilia, reforçando que a Igreja Católica precisa se submeter à "purificação constante", além de sempre ouvir e acolher as vítimas.
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A declaração do papa aconteceu após uma investigação de Portugal, sede da JMJ deste ano, revelar que cerca de 4,4 mil casos de abusos sexuais contra menores foram cometidos em Igrejas Católicas do país nos últimos 70 anos. Segundo o relatório, a maioria dos abusos ocorreu nos distritos de Lisboa e Porto, com vítimas entre 10 e 14 anos.
Falando a bispos, padres e freiras, Francisco afirmou que os crimes afastam cada vez mais fiéis da Igreja, uma vez que o "crescente distanciamento da prática da fé" é causado, sobretudo, pela decepção e raiva da população com o "mau testemunho" do clero. "A crise nos chama a uma purificação humilde e constante, partindo do grito angustiado das vítimas", disse o pontífice.
Além de Portugal, outros países promoveram investigações sobre casos de abuso na Igreja. Um dos últimos, divulgado em abril, foi feito pelos Estados Unidos, que apontou para o abuso de ao menos 600 crianças na Igreja Católica em Baltimore, em Maryland, entre 1940 a 2002. O documento lista como culpados padres, seminaristas, professores e outros integrantes da instituição.
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Desde que se tornou papa, em 2013, Jorge Bergoglio vem aumentando os esforços para conter casos de abuso sexual nas igrejas. Em 2021, por exemplo, o pontífice alterou a lei do Vaticano e ampliou as regras para punir clérigos que praticam o crime com qualquer pessoa, não apenas crianças, bem como em casos de omissão e negligência.