Suprema Corte dos EUA veta uso da raça como critério em universidades
Instituições do país usavam essa política para aumentar a presença de estudantes negros e hispânicos
Patrícia Vasconcellos
Por seis votos a três, a Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou, nesta 5ª feira (29.jun), o critério de raça utilizado pelas Universidades de Harvard e da Carolina do Norte. A medida também deve ser estendida para outras instituições americanas. O processo foi aberto pelo Students For Fair Admissions (Estudantes por uma Admissão Justa), grupo fundado pelo ativista conservador, Edward Blum.
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Em 1978, a Corte vetou o sistema de cotas no país, mas permitiu que as instituições levassem em conta a raça, como um dos critérios para admitir novos alunos. Esse mecanismo era usado para garantir o ingresso de mais estudantes negros, hispânicos e indígenas nas universidades. Os juízes que derrubaram esse incentivo afirmaram que a medida vai contra a Constituição, que determina tratamento igualitário.
A reação na Casa Branca foi imediata. Joe Biden criticou a decisão da Suprema Corte e disse que a qualificação dos estudantes nunca deixou de ser um critério, mas lembrou que a discriminação existe nos EUA e mecanismos como esse são necessários para garantir o acesso de minorias às universidades.
Biden ainda afirmou que a decisão dos magistrados não pode ser a última palavra sobre o assunto e que o Departamento de Educação vai trabalhar, em conjunto com as universidades americanas, para encontrar maneiras de torná-las mais inclusivas.
O tema também foi abordado por ex-presidentes.
Barack Obama afirmou que apesar de não ser a resposta ideal, o critério de raças nas admissões de universidades garantiu mais oportunidades para várias gerações, como a dele.
Já Donald Trump, que indicou três dos juízes que vetaram a medida, disse ser um "grande dia para o país".