Animação "Elementos" é uma comédia romântica com mensagem social
SBT News conversou com os dubladores da versão brasileira

SBT News
Vocês acham que realmente os opostos se atraem? Ou se completam? Em "Elementos", o novo filme da Pixar que estreia nesta 5ª feira (22.jun), a gente se pega pensando sobre essas questões, amores impossíveis. Mas a trama traz questões profundas sobre imigração, inclusão, racismos, seguir os próprios sonhos ou não. O SBT News conversou com os atores brasileiros que deram voz a esta linda história, com clima de "Romeu e Julieta".
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Fogo, água, terra e ar. São esses elementos que nos rodeiam e trazem vida ao universo. Eles completam a nossa existência. Mas, água e fogo juntos, o que dá? É nessa metáfora que se apoia esta linda história de amor e resiliência. Ela se passa na Cidade Elemento.
Todos os elementos convivem, mas não se misturam. Até a Faísca conhecer o Gota naqueles incríveis encontros de paixão à primeira vista. Faísca é da família do fogo, como sugere, filha de imigrantes, que trabalham duro. Gota, claro, é da turma da água, que domina a cidade.
No Brasil, é a Luiza Porto quem dá voz à Faísca, e Gota é interpretado por Dláigelles Silva.
"Ao longo da gravação, eu me emocionei mesmo não tendo assistindo a toda obra (finalizada). Eu me emocionei como o Gota se emociona, talvez não tenha me estressado tanto quanto ele porque eu, na verdade, até estou passando pelo aprendizado com ele, de como me expressar. Eu acho que é um filme que é muito legal nessa questão de ensinar para as pessoas sobre expressar os sentimentos e um ajudar o outro. Essa questão de encontrar a voz foi muito legal porque eu acabei entendendo que é aquele tom de voz que normalmente eu uso com as pessoas no dia a dia e eu nem percebia isso", disse o dublador Dláigelles Silva.

"É muito bacana pegar o trabalho dos atores de voz original e da obra para transformar na versão brasileira. Nesse direcionamento de trazer, no caso da Faísca, que ela é mais explosiva, durona, então é uma voz mais grave, como que é o grito, o momento de delicadeza dela também. Porque não é porque a gente é fogo que é uma coisa só. Acho que todo esse direcionamento foi uma experiência deliciosa, estou muito curiosa para ver tudo porque a gente acaba vendo só os trechinhos. Entregamos o melhor e eu fiquei muito emocionada em muitos momentos. Fazer uma personagem com tanta camada é tão especial e foi um baita aprendizado", conta Luiza Porto.

Diego Lima foi quem dirigiu os dubladores para que encontrassem o tom certo para cada momento dos personagens.
"Provavelmente eu sou a pessoa do processo que tem mais acesso ao conteúdo. Conversamos com a equipe de direção do filme, junto com outros diretores de dublagem do mundo inteiro. Isso é um processo muito rico, eu assisto a várias versões do filme, tenho acesso ao filme quando ele ainda não está finalizado e a todas as transformações. Tenho que passar todas as minhas impressões e o que é mais importante para obra para os dubladores para que possa iluminar o caminho deles e para que eles possam se conectar com esses personagens", nos falou Diego em uma entrevista exclusiva.
Superficialmente essa animação pode ser classificada como uma comédia romântica para as crianças. Mas, tenho certeza que os maiores vão se encantar como de forma sutil o enredo traz profundidade de questões para refletir: sobre essa cidade montada por imigrantes, pelos operários, a diferença de classes e culturas, a opressão, a inclusão, as tradições, origens, a família.
O filme foi dirigido por Peter Sohn, também filho de imigrantes, assim como Faísca. E além de todas as questões sociais complexas, é também sobre achar nosso espaço no mundo, se reinventar, aceitar as diferenças, se descobrir? e claro, sobre amor!