Avós e pai batalham pela custódia de crianças resgatadas na Colômbia
Os quatro irmãos, com idades entre 1 e 13 anos, foram encontrados vivos 40 dias após queda de avião
SBT News
Uma batalha legal está se desenrolando entre parentes das quatro crianças indígenas encontradas na 6ª feira (9.jun) após 40 dias desaparecidas na Amazônia colombiana.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
O Instituto Colombiano de Bem-Estar Infantil (ICBF) informou na 2ª feira (12.jun) que as autoridades ainda não decidiram se as crianças ficarão sob os cuidados dos avós ou do pai. De acordo com Astrid Cáceres, diretora do Instituto, uma assistente social foi designada para cuidar dos meninos a pedido de seus avós maternos, que lutam pela custódia com o pai das duas crianças mais novas. Eles acusam o homem de violência doméstica.
"Vamos conversar, investigar, entender um pouco sobre a situação", disse Cáceres à rádio colombiana BLU, acrescentando que seu órgão não descarta que os irmãos e a mãe possam ter sido vítimas de violência doméstica.
"O mais importante neste momento são os meninos e as meninas, a sua saúde, que não é só física, mas emocional, e a forma como os acompanhamos emocionalmente", acrescentou.
No domingo, Narciso Mucutuy, avô das crianças, acusou Manuel Ranoque de espancar a filha, Magdalena Mucutuy, e disse aos jornalistas que as crianças se escondiam no mato quando começaram as brigas na família.
Ranoque reconheceu à imprensa que houve problemas em casa, mas considerou tratar-se de um assunto privado de família e não de "fofoca para o mundo". Ao ser questionado se havia agredido a esposa, Ranoque respondeu: "Verbalmente, de repente, sim. Fisicamente muito pouco".
+ Crianças resgatadas estão "fora de perigo", diz ministro da Colômbia
Magdalena Mucutuy, mãe das crianças, morreu no acidente aéreo, que também vitimou um líder indígena e o piloto do avião Cessna 206, que caiu no dia 1º de maio. Havia sete pessoas na aeronave, que saiu do aeroporto de Araracuara, em Caquetá, e iria até San José del Guaviare, cidade da província de Guaviare.
As crianças foram as únicas sobreviventes do acidente e ficaram vagando pela selva durante 40 dias até serem encontradas pela operação que contou com 100 soldados, cães farejadores e helicópteros da Força Aérea. A parentes e médicos, elas contaram que a mãe ficou quatro dias viva após a queda e que sobreviveram à base de farinha de mandioca e sementes. Elas devem permanecer internadas no Hospital Militar de Bogotá, na Colômbia, por mais algumas semanas -- período em que a custódia deve ser definida.
* Com informações da Associated Press