Sergey Lavrov preside reunião do Conselho de Segurança da ONU
Ministro das Relações Exteriores da Rússia foi alvo de críticas do secretário-geral da ONU e de representantes dos EUA e UE
O chanceler russo Sergei Lavrov chegou nesta 2ª feira (24.abr) em Nova York, nos Estados Unidos, para presidir um encontro do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A Rússia detém a presidência rotativa do Conselho neste mês.
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Sob protestos de diplomatas ucranianos, europeus e estadunidenses, Lavrov foi alvo de criticas até mesmo do secretário-geral da ONU, António Guterres, que denunciou, na presença do ministro das Relações Exteriores da Rússia, a "devastação" da Ucrânia provocada pela invasão.
"A invasão da Ucrânia pela Rússia, em violação da Carta das Nações Unidas e do direito internacional, causa enorme sofrimento e devastação no país e no mundo", somando-se à "comoção econômica mundial" gerada pela pandemia de covid-19, disse Guterres durante a sessão.
O chefe da ONU lembrou que o sistema multilateral internacional vive suas "maiores tensões" desde a criação das Nações Unidas há 78 anos e alertou para os "riscos de conflito" por "infortúnio ou erro de cálculo".
"Devemos encontrar uma maneira de avançar e agir agora, como fizemos antes, para conter a queda para o caos e o conflito", disse ele antes de acrescentar que "é hora de aprofundar a cooperação e fortalecer as instituições multilaterais, para encontrar soluções comuns a desafios comuns".
"Os membros deste Conselho, em particular os que gozam do privilégio de ação permanente, têm uma responsabilidade particular de fazer funcionar o multilateralismo, em vez de contribuir para o seu desmembramento", exortou.
Lavrov, por sua vez, culpou o Ocidente pela escalada das tensões e a perda de confiança no multilateralismo. Segundo o chanceler, o mundo chegou "a um limite perigoso, tão ou mais" do que aquele da Guerra Fria.
A embaixadora dos Estados Unidos também aproveitou a presença de Lavrov para pedir a libertação do jornalista Evan Gershkovich, preso desde o mês passado sob acusação de espionagem, e de um antigo 'marine' detido pela Rússia.
"Peço-lhe, nesse momento, que liberte Paul Whelan e Evan Gershkovich imediatamente. Permita que Paul e Evan voltem para casa", disse Linda Thomas-Greenfield durante uma sessão do Conselho de Segurança em Nova York, presidida por Lavrov.
A diplomata assegurou que o regime de Vladimir Putin utiliza os homens como "moedas de troca política" e "peões humanos".
"Usar as pessoas como peões é uma estratégia de debilidade. Não são atos de um país responsável. E enquanto a Rússia se dedica a jogos políticos, as pessoas reais sofrem", afirmou.