Ucrânia convida Lula a visitar Kiev e 'compreender' a realidade da guerra
Porta-voz da diplomacia ucraniana criticou fala do presidente que também culpa a Ucrânia pela invasão russa
O governo da Ucrânia convidou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a visitar Kiev para que "compreenda" a realidade da guerra provocada pela Rússia, um dia após a visita do chanceler russo, Sergei Lavrov, ao petista.
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Anteriormente, ainda em sua viagem à China, Lula afirmou que o Ocidente está contribuindo para a continuidade do conflito, em vez de buscar pela paz. A declaração foi criticada pelo governo dos Estados Unidos, que acusou o Brasil de estar "papagueando a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos em absoluto".
Em publicação no Facebook, o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, afirmou "observa com interesse os esforços do presidente do Brasil de encontrar uma solução para pôr fim à guerra", contudo, criticou a "abordagem de dar o mesmo peso à vítima e ao agressor" e por atacar os aliados da Ucrânia que a ajudam a "proteger-se de uma agressão assassina".
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Nikolenko pediu a Lula que "compreenda as reais causas e a essência" da guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa em fevereiro de 2022. "Confirmamos o convite ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele entenda as causas reais, a essência da agressão russa e suas consequências para a segurança global", finalizou.
Lula defende que as negociações para o fim da guerra sejam mediadas por um grupo de países neutros, que não estão envolvidos no conflito com a Ucrânia, incluindo Brasil e China. Na reunião desta 2ª com o diplomata russo, o Brasil voltou a reiterar o pedido de cessar-fogo, segundo o Itamaraty.
"Reiterei nossa posição em favor de um cessar-fogo imediato, de respeito ao direito humanitário, de uma solução negociada com vistas para uma paz duradoura que contemple as preocupações de ambos os lados", disse o chanceler Mauro Vieira.