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O que o mundo democrático espera de nós

Ou o Brasil escolhe ser uma republiqueta incapaz de cuidar da sua democracia ou um país que foi mais forte que o ataque às suas instituições

O que o mundo democrático espera de nós
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"O que está acontecendo no Brasil não pode nos deixar indiferente. As imagens de irrupção em instituições são inaceitáveis e incompatíveis com nenhuma forma de discordância democrática". A frase é de Giorgia Melloni, líder da extrema direita italiana e atual primeira-ministra do país.

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Até aliados internacionais do bolsonarismo tiveram a decência que algums nomes da extrema direita brasileira não tiveram. As principais democracias do mundo condenaram em peso o que aconteceu em Brasília. Não é que Estados Unidos, França, Reino Unido, Espanha, Argentina sejam exemplares. É que prezam por um bem comum, que foi atacado neste 8 de janeiro.

Em vários países do mundo, a maior ameaça à democracia vem de grupos parecidos com aquele que fez o maior ataque a nossas instituições desde o golpe militar, em 1964. A diferença, na Europa principalmente, é que há uma ampla condenação social e governos mais eficazes em cortar o mal pela raiz.

No mês passado, a polícia alemã prendeu 25 líderes de um grupo que pretendia invadir prédios públicos e depôr o governo do país. Boa parte deles era ligada ao movimento de extrema-direita Reichsbürger. Pra chegar a essas pessoas, as autoridades da Alemanha decidiram não ignorar o que as autoridades brasileiras vem ignorando há meses.

O Estado alemão não foi brilhante. Fez o básico que se espera de quem protege o bem maior de um país democrático. Foi mais forte e mais organizado que os terroristas e minou qualquer ameaça de conivência criminosa das suas próprias autoridades. A extrema-direita já deu aos alemães o maior cicatriz de sua história recente.  

Neste 9 de janeiro, a comunidade internacional vai acompanhar atenta como o Brasil vai tratar a sua própria ferida. Ao mundo democrático, com todos os seus defeitos e virtudes, interessa um aliado capaz de garantir a estabilidade das relações e que esteja, no mínimo, no mesmo patamar de valores.

O mundo espera mais do Brasil do que da Rússia, Venezuela, Coréia do Norte ou Irã, países onde os ataques às instituições partem do próprio Estado e não de parcelas extremistas da população. E essa expectativa afeta não apenas o apreço e o respeito que tem conosco, mas a confiança que tem em nós.

Confiança, nesse caso, é premissa básica pra conversar de igual pra igual com o mundo desenvolvido. É o caminho pra discordar, pra negociar, pra buscar negócios, empregos, pra vender o que temos de melhor, pra crescer na economia e na civilidade.

A partir de agora, temos dois caminhos pra nos apresentar ao mundo: ou como uma republiqueta que não sabe cuidar da sua própria democracia ou como um país que foi mais forte do que os ataques às suas instituições.

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