Após decreto de Lula, Noruega anuncia reativação do Fundo Amazônia
País reforçou que preservação de florestas tropicais é chave para alcançar metas climáticas
Camila Stucaluc
O governo da Noruega afirmou que está reativando as doações ao Fundo Amazônia. A medida acontece após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinar o decreto restabelecendo a governança do programa de apoio à proteção florestal, que terá como principal objetivo conter o desmatamento no bioma.
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"Estou muito satisfeito com a notícia. Não alcançaremos as metas climáticas do Acordo de Paris a menos que sejamos capazes de impedir a perda de florestas tropicais no mundo. A comunidade internacional está torcendo pelo Brasil e quer apoiar os ambiciosos planos do novo governo", disse Espen Barth Eide, ministro do Meio Ambiente norueguês.
Os repasses financeiros ao Fundo Amazônia foram suspensos pela Noruega, um dos maiores doadores, em setembro de 2019, após o país identificar o aumento do desmatamento florestal que, na época, cresceu 85% em relação aos 12 meses anteriores. A mudança de administração do fundo também influenciou na decisão.
Em outubro do ano passado, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou a reativação do Fundo, alegando que a paralisação dos recursos feria a proteção ao meio ambiente. Na data, tanto a Noruega como a Alemanha apoiaram a decisão e garantiram a contribuição.
Atualmente, o fundo conta com R$ 3,2 bilhões, que ficaram congelados em meio à paralisação dos projetos de combate ao desmatamento nos últimos quatro anos. Agora, com a retomada, as verbas poderão ser utilizadas para medidas de preservação florestal e maior fiscalização no bioma.
"Lula sinalizou uma clara ambição de parar o desmatamento até 2030 e restabeleceu estratégias para que isso aconteça. Isso é globalmente significativo, e o Fundo Amazônia dá à comunidade internacional uma grande oportunidade de contribuir", disse Eide, acrescentando que está ansioso para renovar a parceria ambiental com o Brasil.
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Nesta semana, a ministra do Meio Ambiente do Reino Unido, Therese Coffey, também expressou desejo de integrar a iniciativa. Segundo a política, que participou da cerimônia de posse de Lula, o governo britânico está "analisando seriamente", junto com os países já pertencentes, a possibilidade de participar do fundo.