Ao menos 100 manifestantes podem ser condenados a morte no Irã
Revolta contra morte de Mahsa Amini acontece desde setembro e já resultou em duas execuções públicas
Camila Stucaluc
Ao menos 100 pessoas correm o risco de serem condenadas à morte por terem participado das últimas manifestações no Irã. Segundo a organização Iran Human Rights, os detidos podem ser julgados por "moharebeh", termo persa que significa "travar guerra contra Deus", resultando no enforcamento em local público.
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"A revolta popular por mudanças reais e alcançar os direitos fundamentais continua. O desafio que as pessoas enfrentam é o preço que elas têm que pagar para alcançar esse objetivo", disse o diretor do grupo, Mahmood Amiry Moghaddam, referindo-se aos protestos contra a morte de Mahsa Amini, iniciados em setembro.
Até o momento, estima-se que 476 pessoas foram mortas pelas forças de segurança do país em meio às manifestações, incluindo 64 crianças. Os óbitos ocorreram em 25 províncias, sendo a maioria em Sistan e Baluchistão (130), Azerbaijão Ocidental (53) e Teerã (52). O maior número de mortes foi registrado nos dias 21, 22 e 30 de setembro.
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No último dia 14, a Organização das Nações Unidas (ONU) removeu o Irã da Comissão sobre o Estatuto da Mulher devido à violação dos direitos das mulheres e à restrição à liberdade de expressão no país. Como justificativa, os representantes citaram, sobretudo, as duas execuções públicas de manifestantes em dezembro.