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"Nanny" - Entre os dilemas do sonho e da maternidade

Filme de suspense sobrenatural traz os pesadelos e medos de uma mãe imigrante longe de seu filho

Imagem da noticia "Nanny" - Entre os dilemas do sonho e da maternidade
Filme Nanny
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Uma história sensível sobre o sonho americano que se transforma em terror psicológico. O filme "Nanny" estreia nesta semana, dia 16, no Brasil, na plataforma do Prime Vídeo. O SBT News foi a pré-estreia e também fez entrevistas exclusivas com o elenco.

Essa é mais uma daquelas histórias de mulheres, que deixam suas casas e filhos para ir em busca do sonho e de dólares para tentar mudar a vida da família. Aisha, personagem de Anna Diop, é uma senegalesa que imigrou para os Estados Unidos e, sem documentos, trabalha como babá para conseguir dinheiro para trazer seu filho, que ficou no país de origem. Ela vive em um mundo de contrastes: entre as riquezas e mordomias da família para qual trabalha e os dilemas cheios de culpa da maternidade à distância e a miséria. 

São essas pressões, fragilidades, conflitos e delírios internos que transformam a trama em um terror psicológico, que traz um tanto de intuição materna regada de medos e crises com alucinações.

Este é o primeiro longa da diretora Nikyatu Jusu e já ganhou reconhecimento internacional. Levou o principal prêmio do Festival de Sundance deste ano, um dos mais importantes do circuito independente. Em entrevista exclusiva, ela nos contou que viu a oportunidade de trazer à tela temas importantes que se conectam e precisam de visibilidade.

"Eu estou constantemente pensando em temas, conexões e a humanidade, e às vezes as origens das minhas histórias são muito densas. Aqui pode parecer muitos temas jogados em uma panela, como imigração, racismo, diferenças de classes, patriarcado, supremacia branca, a maneira que o trabalho doméstico é rebaixado e invisível, mas tudo está conectado", disse a diretora. 

A atriz Anna Diop, que nasceu em Senegal, viu um pouco da sua história pessoal nesta trama.

"Eu reconheci essa mulher nas páginas do roteiro. Reconheci aspectos que vejo em mim e também em minha mãe, que deixou Senegal quando eu tinha seis anos de idade e imigrou para Houston, no Texas (EUA) para construir uma vida melhor para mim. Foi um roteiro profundamente pessoal e emocional para mim", contou Anna Diop.

Visibilidade às empregadas domésticas

Na estreia em Los Angeles, Nikyatu nos contou que o filme brasileiro "Que horas Ela Volta?" (2015) fez parte de sua pesquisa e inspiração para criar este roteiro. 

"Que Horas Ela Volta"', lembro desse filme e também de "A Criada" (filme chileno). Há muitos filmes sobre trabalhadoras domésticas da América do Sul que eu estudei quando estava fazendo "Nanny". Minha mãe fez trabalhos domésticos, e eu conheço muitas mulheres imigrantes pretas e pardas que têm feito trabalhos domésticos, essa é uma das formas mais acessíveis para muitas mulheres, mas é uma forma invisível de trabalho. Essas pessoas estão criando nossos filhos e defendendo a sociedade, então é importante para gente ver essas personagens".

"Nanny" estreia no próximo dia 16 nos cinemas brasileiros | Reprodução/Prime Video

"Há muitas vidas e histórias que essas mulheres têm para compartilhar. É uma honra trazê-las para a tela, celebrá-las. Eu acho que devemos mostrar o valor delas, porque são heroínas", completa a Anna Diop.

Diante desse enredo que nos ajuda a refletir sobre a história social tão similar aqui ou no Brasil, vem o terror psicológico e nos vemos dentro desta crise de pânico compartilhada com a audiência. A atmosfera criada com cores fortes aumenta a tensão, que vem com reflexão sobre os choques de valores e culturais, além das dores universais da maternidade.

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