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Atirador se declara "culpado" de massacre em supermercado nos EUA

Jovem de 19 anos admitiu motivação racista do ataque, que vitimou 10 pessoas negras em Buffalo (NY); país vive onda de tiroteios

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Payton Gendron
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O atirador de 19 anos, Payton Gendron, responsável pelo massacre em um supermercado de Buffalo, no estado de Nova York, nos Estados Unidos, se declarou culpado dos crimes de homicídio e de terrorismo doméstico motivado por ódio. O réu também admitiu a motivação racista do ataque.

A audiência, que durou cerca de 45 minutos, aconteceu nesta 2ª feira (28.nov), a cerca de 3 quilômetros do local do atentado, que deixou 10 mortos e 3 feridos, em maio deste ano. As vítimas tinham entre 32 e 86 anos e eram negras.

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Na ocasião, Gendron usava uma armadura corporal do tipo militar, um capacete com uma câmera acoplada e um rifle semiautomático AR-15, adquirido legalmente. Todo o tiroteio foi transmitido ao vivo pelas redes sociais do criminoso.

Confissão de culpa

Citando nominalmente cada uma das pessoas mortas e feridas no massacre, a juíza Susan Eagan questionou Gendron se ele teria atirado contra elas por causa de sua raça. Para cada uma das perguntas, o acusado respondeu "sim".

Poucas horas antes de invadir o comércio e disparar contra clientes e funcionários, o Payton Gendron publicou na internet uma série de textos nos quais afirmava ter escolhido aquele local por estar localizado em um bairro predominantemente negro, e apontava a existência de uma conspiração massiva para "diluir" o poder dos brancos nos EUA, "substituindo-os" por negros.

O atirador também se declarou culpado por terrorismo doméstico, cuja pena automática prevista é de prisão perpétua sem liberdade condicional. A sentença por este crime, que será a primeira do tipo no estado de Nova York, será proferida no dia 15 de fevereiro.

Já em relação ao inquérito federal por crime de ódio, que pode levar até à sentença de morte, caso seja condenado, o réu se declarou inocente. Payton Gendron foi acusado, em junho, pela Justiça Federal dos EUA, de integrar uma ceita supremacista branca que teria como objetivo preservar o "poder branco" e "inspirar ataques semelhantes" no país.

O reconhecimento de culpa e a reivindicação de arrependimento pode ajudar Gendron em um possível julgamento de condenação à injeção letal - possível apenas na instância federal, visto que no estado de Nova York a pena de morte foi extinta em 2004. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos ainda não informou se buscará a pena capital. 

Tragédias que se repetem

A audiência de Gendron acontece em meio a uma série de outros atentados nos Estados Unidos. Na última 3ª feira (22.nov), o gerente de loja Walmart, na Virgínia, abriu fogo contra funcionários e clientes, deixando 6 mortos.

Dias antes, 3 jogadores de futebol americano da Universidade da Virgínia foram mortos a tiros dentro de um ônibus, enquanto voltavam de uma excursão. Outros 2 alunos também ficaram feridos no ataque.

Ainda na mesma semana, um atirador de 22 anos invadiu uma boate gay no Colorado, e deixou 5 mortos e 17 feridos. O armamento usado no ataque foi a mesma de Gendron, um rifle semiautomático AR-15.

A arma também foi a mesma usada no massacre à escola de Uvalde, no Texas, apenas alguns dias após o ataque ao supermercado em Buffalo. No dia 24 de maio, um atirador de 18 anos invadiu uma unidade de ensino infantil, e matou 19 crianças e 2 professoras.

Segundo levantamento da Associated Press, desde 2006, foram registrados 523 tiroteios em massa nos Estados Unidos, deixando mais de 2,7 mil vítimas.

*Com informações da Associated Press

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