COP27: países em desenvolvimento pedem criação de fundo para perdas e danos
Envio de recursos ajudaria nações a lidar com eventos extremos, como furacões e enchentes
Camila Stucaluc
O G77 - bloco de países em desenvolvimento - entregou uma proposta aos líderes da 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) pedindo a criação de um fundo para financiar perdas e danos climáticos. Segundo o grupo, o mecanismo seria construído nos moldes do Fundo Verde do Clima - iniciativa global.
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"É crucial para nós. Medimos perdas e danos enquanto buscamos um terreno comum para as metas de adaptação e mitigação. Funciona para todos nós e não apenas para aqueles que podem se dar ao luxo de adiar as decisões, a maioria pode, mas não podemos", disse a representante do G77, Sherry Rehman. "Esperança não é um plano", frisou.
O tema de perdas e danos é o mais delicado da COP27. Ele foi introduzido nas negociações climáticas em 2012 e prevê o financiamento de recursos para países em desenvolvimento lidar com eventos extremos, como furacões e enchentes. Tais valores seriam providenciados pelos principais contribuintes do aquecimento global.
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A ideia, no entanto, não agrada todos os governos. Para os países mais ricos, pagar por perdas e danos pode virar uma espécie de reparação ou compensação, como se estivessem assumindo a culpa pela crise climática. Em meio ao cenário, os líderes pedem mais diálogo sobre a criação do mecanismo, que seria ativo em 2024.