COP27: antes das próximas promessas, recorde as do ano passado
Líderes assinaram acordos para diminuir uso de combustíveis fósseis, gerar menos metano e zerar desmatamento
Pablo Valler
Começou neste domingo (6.nov) a Conferências das Partes (COP) da Organização das Nações Unidas (ONU) de número 27, em Sharm El-Sheikh, no Egito. O primeiro dia de evento, geralmente, pouco repercute. A abertura é quase exclusiva aos líderes mundiais. Mesmo assim, nem todos vão. Como, por exemplo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que preferiu acompanhar a corrida eleitoral para a Câmara e o Senado em seu país.
Nesta 2ª feira (7.nov) começam os fóruns, reuniões, palestras e apresentações de projetos que buscam incentivos financeiros. Mas, antes de quaisquer decisões sobre a atualidade, os participantes devem discutir as resoluções acordadas na edição anterior.
A COP26, que aconteceu ano passado em Glasgow, na Escócia, teve como principal discussão a tentativa de reduzir o uso de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão. Duzentos países assinaram o compromisso de buscar fontes de energia alternativas. Treze se comprometeram a encerrar a venda de veículos movidos a gasolina ou diesel até 2040.
Outro documento foi assinado por 103 países, o que propõe reduzir as emissões de metano em 30% até 2030. Esse gás de efeito estufa, liberado principalmente pelo gado, é mais nocivo que o carbono. O Brasil, com sua pecuária pujante, entrou no acordo.
Assim como também se comprometeu com outras 120 nações a reduzir o desmatamento, mais um problema que o país está no centro do debate. Justamente por ter muitas florestas. No Brasil, metade dos gases é gerada por essa prática, conforme institutos especializados. Geralmente, de áreas protegidas e, portanto, ilegais.
Para acabar com o desmatamento ilegal, um fundo de investimento no qual países ricos incentivam a fiscalização em países pobres foi firmado. Os Estados Unidos são os maiores doadores, com U$ 12 bilhões. Outro U$ 7,2 bilhões devem vir de empresas privadas.
Entretanto, durante o ano que passou, apenas 23 países apresentaram como pretendem alcançar tais objetivos, de acordo com a ONU. Fato que preocupa a ONU, focada em manter o aquecimento global a no máximo 1,5?°C acima da média da era pré-industrial.
Ao fim da COP26, o presidente do evento, Alok Sharma, disse que o comportamento generalizado "é manso, é fraco e a meta de 1,5?°C está viva por um triz". Enfático, lembrou aos presentes que "só sobreviveremos se cumprirmos nossas promessas".