Rishi Sunak pede unidade em primeiro discurso como primeiro-ministro

Escolhido para ser o novo primeiro-ministro do Reino Unido nesta 2ª feira (24.out), Rishi Sunak fez seu primeiro discurso como líder do partido Conservador. Em tom solene, ele agradeceu pela oportunidade e prometeu servir o país "com integridade e humildade".

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O ex-ministro das Finanças de Boris Johnson também endereçou a atual crise financeira que impacta o país, afirmando que "há um desafio econômico muito grande" no Reino Unido. Ele pediu estabilidade e unidade para lidar com o problema e acrescentou "tornarei a minha prioridade unir o nosso país e o nosso partido, porque essa é a única forma de superar os desafios que enfrentamos e construir um futuro mais próspero para nossas crianças e netos"

Prestes a se tornar o primeiro hindu e não-branco a governar o país, além do líder mais jovem em mais de 200 anos, Sunak também homenageou sua antecessora, Liz Truss, por sua liderança "digna sob circunstâncias difíceis no exterior e em casa". 

Filho de imigrantes de origem indiana que emigraram da África, Sunak nasceu em 1980 em Southampton, na costa sul da Inglaterra. Ele cresceu em uma família de classe média, mas, graças aos esforços dos pais, conseguiu frequentar o Winchester College, um dos internatos mais caros e exclusivos do Reino Unido.  Após o ensino médio, Sunak estudou política, filosofia e economia na Universidade de Oxford e fez um MBA na Universidade de Stanford.

Ele trabalhou para o banco de investimentos Goldman Sachs como gerente de fundos de hedge e morou nos Estados Unidos, onde conheceu sua esposa, Akshata Murty, herdeira do bilionário indiano NR Narayana Murthy, fundador da gigante de tecnologia Infosys. Sunak deu início a sua vida política em 2015, quando foi eleito por Richmond, em Yorkshire, e ocupou o seu principal cargo em 2020, quando integrou o governo de Boris Johnson como ministro das Finanças. Sua atuação durante a pandemia de covid-19 foi elogiada e o levou a ser escolhido para ocupar o cargo de premiê mesmo após abandonar abruptamente o governo cheio de escândalos de Johnson em junho deste ano

Sua saída conjunta com o secretário de Saúde Sajid Javid desencadeou uma reação em cadeia, com 50 funcionários se demitindo em 48 horas, levando Boris a renunciar. 

Na época, Sunak pintou isso como uma questão de princípio, dizendo querer reparar a "quebra de confiança" na política. Na eleição que procedeu à renúncia de Johnson, ele ficou em segundo na preferência do partido, atrás de Liz Truss. A então ministra das Relações Exteriores prometeu cortes de impostos imediatos para conter a inflação crescente no país. Mas, ao colocar o plano em prática, provocou uma crise econômica ainda maior, derrubando o valor da libra e assustando o mercado financeiro. 

A derrocada, com 45 dias de governo, comprovou a teoria de Sunak que Lis Truss oferecia um pacote de "contos de fada"

Agora ele tem que mostrar que seus anos como investidor do Goldman Sachs e sua experiência como ministro das Finanças são suficientes para enfrentar os desafios pela frente: alta inflação, finanças governamentais enfraquecidas, a piora das perspectivas econômicas e uma onda de greves no país. 

* Com informações da Associated Press