China suspende importações de frutas e peixes de Taiwan
Decisão é em retaliação à visita de Nancy Pelosi à ilha; Ela deixou a nação na manhã desta 4ª feira
A China bloqueou as importações de frutas cítricas e peixes de Taiwan em retaliação à visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, à ilha autogovernada, mas evitou interromper uma das mais importantes relações de tecnologia e manufatura do mundo. A oradora deixou a ilha nesta 4ª para a Coreia do Sul, a próxima parada de uma turnê pela Ásia que também inclui Cingapura, Malásia e Japão.
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China e Taiwan, que se separaram em 1949 após uma guerra civil, não têm relações oficiais, mas laços comerciais multibilionários, especialmente no fluxo de chips de processadores fabricados em Taiwan, necessários às fábricas chinesas que montam os smartphones e outros eletrônicos do mundo. O comércio bilateral subiu 26% no ano passado, para US$ 328,3 bilhões. Taiwan, que produz metade dos chips de processador do mundo e tem tecnologia que o continente não consegue igualar, disse que as vendas para fábricas chinesas aumentaram 24,4%, para US$ 104,3 bilhões.
Na 4ªfeira (3.ago), Pequim bloqueou as importações de frutas cítricas e cavala ( um tipo de peixe) congelada de Taiwan depois que Pelosi chegou à ilha na 3ª feira (2.ago) à noite, tensionando ainda mais as relações diplomáticas entre os países. Mas o partido no poder evitou interromper o fluxo de chips e outros componentes industriais, um passo que enviaria ondas de choque pela instável economia global.
Pequim também anunciou quatro dias de exercícios militares com fogo de artilharia nas águas ao redor de Taiwan, o que pode atrasar ou interromper o transporte de e para a ilha, um dos maiores comerciantes globais.
A possível interrupção aumenta as preocupações com o enfraquecimento do crescimento econômico global, mas os mercados de ações asiáticos subiram nesta 4ª feira (3.ago) depois que não houve nenhum sinal imediato de ação militar chinesa.
O Partido Comunista diz que a visita de Pelosi pode encorajar Taiwan a tornar permanente sua independência, o que, segundo Pequim, levaria à guerra.
O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, procurou diminuir o volume da visita, insistindo que não há mudança na longa "política de uma só China" dos EUA, que reconhece Pequim, mas permite relações informais e laços de defesa com Taipei.
* Com informações da Associated Press