Boris Johnson renuncia ao cargo de primeiro-ministro do Reino Unido
Líder britânico teve governabilidade questionada após escândalos políticos
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, renunciou à liderança do Partido Conservador e ao governo. Em pronunciamento nesta 5ª feira (7.jul), o político afirmou que deve permanecer no cargo como interino até que o partido defina um novo líder.
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"Eu gostaria de dizer aos milhões de pessoas que votaram em mim em 2019 que eu lutei muito nos últimos dias para manter esse mandato, não apenas por mim, mas por conta da minha obrigação com a população", disse Johnson. "Quero que vocês saibam o quanto estou triste em deixar o melhor trabalho do mundo, mas isso acontece", completou.
Na declaração, o líder citou as medidas eficazes do governo britânico contra a pandemia de covid-19 e a liderança dos países ocidentais no início da guerra na Ucrânia. Ele afirmou ainda que, enquanto ainda estiver no governo, o interesse público continuará sendo prioridade. "Vou manter os compromissos que assumi há dois anos atrás", frisou.
A crise envolvendo o nome de Boris Johnson começou em janeiro deste ano, quando jornais britânicos divulgaram a realização de festas e reuniões na sede do governo durante vários estágios do período de lockdown contra a pandemia de covid-19. No total, há a suspeita de que 12 festas tenham sido organizadas em Downing Street, burlando as restrições sanitárias.
Após o episódio, a polícia abriu uma investigação para apurar a participação do premiê nas atividades relatadas. Pouco tempo depois, ele precisou passar por uma votação no Parlamento para continuar no cargo, ganhando por 211 votos contra 148. Pesquisas locais, contudo, mostraram que a maioria dos britânicos o considera como "mentiroso".
Nessa semana, ao menos 50 ministros e assessores renunciaram ao governo devido ao escândalo sexual envolvendo o parlamentar Chris Pincher. A revolta aconteceu poucas horas após Johnson admitir que cometeu um "erro" por ter nomeado Pincher, uma vez que o apoiador foi acusado de má conduta sexual.
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O fato do premiê dizer que "esqueceu" das acusações contra o Pincher reforçou a desconfiança dos políticos e da população.