Quase 50% das emissões de efeito estufa do setor agrícola são de gados
Maiores contribuintes para poluição estão entre China, Estados Unidos e Brasil
Camila Stucaluc
Um relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nesta 5ª feira (23.jun), apontou que quase metade das emissões de gases de efeito estufa do setor agrícola é gerada por gados. O metano produzido pelos animais através da fermentação da digestão representa 42% das emissões, enquanto o estrume contribui com 8%.
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Segundo o relatório, o país que mais contribui para o aquecimento global através da agricultura é a Índia, com cerca de 750 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. Em seguida, estão a China (com 700 milhões de toneladas), os Estados Unidos (com 650 milhões de toneladas), o Brasil (550 milhões de toneladas) e a União Europeia (400 milhões de toneladas).
Ao analisar as emissões provocadas por cada dólar obtido pela produção agrícola, no entanto, o principal poluidor é o Brasil, seguido pelo Cazaquistão, Filipinas e Islândia. No caso do Brasil, o cenário também está ligado à cultura do arroz, uma vez que a produção do grão é responsável por 11% das emissões agrícolas. Outros fatores citado foram o uso de fertilizantes e desmatamento.
"Muitas das políticas de apoio existentes à agricultura contribuem para o aumento das emissões do setor. Níveis significativos de apoio continuam a ser fornecidos a commodities de alta emissão, como carne bovina, ovinos e arroz. A maior parte do apoio ao produtor também corresponde a medidas que têm maior potencial para prejudicar o meio ambiente local e os recursos naturais", explicam os autores do estudo.
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Eles ressaltam que a agricultura pode desempenhar um papel fundamental na redução das emissões globais, desde que novas ofertas sejam adotadas. "Os países podem aumentar a produtividade e a eficiência no uso de insumos, adotar técnicas de produção reduzindo as emissões, aumentar o sequestro de carbono do solo, arborização e restaurar terras degradadas, e reduzir as perdas alimentares no campo e na fazenda", aconselham.