Pandemia atrasou avanços no acesso à energia, diz Banco Mundial
A África ainda é o continente mais prejudicado, com 760 milhões de pessoas vivendo sem o recurso
Camila Stucaluc
Um levantamento feito pelo Banco Mundial mostrou que a pandemia de covid-19 atrasou o avanço no acesso à energia. Segundo os dados, divulgados nesta quinta-feira (2.jun), 733 milhões de pessoas não possuem acesso à eletricidade e 2,4 bilhões seguem cozinhando com combustíveis que causam danos à saúde e ao meio ambiente.
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O documento explica que o confinamento e as interrupções nas cadeias de suprimentos globais desaceleraram os progressos em garantir energia acessível, confiável, sustentável e moderna para todos os países até 2030. O cenário também foi influenciado pelo desvio de recursos fiscais para manter os preços dos alimentos e combustíveis acessíveis.
No geral, a África continua a ser a região com menos acesso à energia no mundo, respondendo por cerca de 80% dos 760 milhões de pessoas sem o recurso. O continente também soma 36% dos 2,6 bilhões de pessoas que não têm combustíveis limpos de cozinha. Já na América Latina, 97% do acesso à eletricidade vem de áreas rurais.
Com a falta de investimento no acesso à energia, o Banco Central, bem como a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima que, se nada for feito, cerca de 670 milhões de pessoas podem ficar sem energia elétrica até 2030, 10 milhões a mais do que o projetado para o ano passado.