Número de deslocados forçados no mundo supera os 100 milhões
Violência, perseguição e discriminação estão entre as principais motivações
Camila Stucaluc
A ofensiva russa na Ucrânia fez com que o número de deslocados forçados no mundo disparasse. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), divulgados nesta 2ª feira (23.mai), a cifra chegou aos 100 milhões pela primeira vez, o que gerou um alarme para crises humanitárias nas fronteiras, bem como nos países de abrigo.
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"Mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo foram forçadas a fugir da guerra, violência, perseguição, discriminação. 100 milhões de refugiados e deslocados são um terrível indicador do estado do nosso mundo. A busca por soluções para sua situação deve continuar", disse o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Filippo Grandi.
No total, o número de deslocados à força subiu para 90 milhões até o final de 2021, impulsionado por novas ondas de violência em países como Etiópia, Burkina Faso, Mianmar, Nigéria, Afeganistão e República Democrática do Congo. A guerra na Ucrânia, por sua vez, deslocou 8 milhões de civis no país, enquanto mais de 6,2 milhões estão em situação de refúgio.
Com mais de 1% da população global, o número de deslocados equivale ao 14º país mais populoso do mundo. Os dados incluem refugiados e solicitantes de asilo, bem como as 53,2 milhões de pessoas deslocadas dentro das fronteiras por conflito, de acordo com um relatório recente do Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno (IDMC).
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Mais de dois anos depois do início da pandemia de covid-19, ao menos 20 países continuam negando o acesso ao asilo a pessoas que fogem de conflitos, da violência e da perseguição, usando como justificativa as medidas sanitárias. Na última semana, Grandi fez um apelo para que as nações suspendam o tipo de restrição, uma vez que as normas vão contra o direito humano fundamental.