Afeganistão registra protestos a favor dos direitos da mulheres

Uma manifestação feita por mulheres foi registrada nas ruas do Afeganistão na tarde de 5ª feira (10.fev). Mais uma vez, o grupo, que não divulgou a localização do ato para evitar interferências, pediu o reconhecimento dos direitos femininos no país, ignorados pela gestão do grupo extremista Talibã.

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"O protesto teve o objetivo de dizer aos talibãs e à comunidade internacional que não estamos vinculadas a nenhum partido político ou grupo étnico. Queremos apenas os nossos direitos", disse a organizadora da manifestação, Zuolia Parsi. Segundo ela, a manifestação também teve como base o contínuo desaparecimento de ativistas afegãs, detidas pelo regime islâmico.

Tais casos também chamam a atenção de membros da comunidade internacional. Ontem, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, declarou estar extremamente preocupado com a situação no país e pediu para que os talibãs garantissem o regresso das ativistas.

No mesmo dia, a representante especial da ONU para o Afeganistão, Deborah Lyons, publicou que a "indignação com o destino das ativistas afegãs desaparecidas foi transmitida ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Amir Khan Muttaqi". Ela também revelou que visitou vários departamentos do governo para obter informações, mas que não teve sucesso.

No fim de janeiro, Guterres já havia feito um pedido para que o Talibã reconhecesse e respeitasse os direitos humanos básicos das mulheres. Segundo ele, esse será um dos meios para que a comunidade internacional libere o fundo internacional destinado ao país (US$ 1,2 bilhão), para conter a crise humanitária local.

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"Mais da metade dos afegãos enfrentam níveis extremos de fome", frisou Guterres, observando, em seguida, que "algumas famílias estão vendendo seus bebês para comprar comida".