Putin afirma que EUA e Otan ignoraram preocupações russas
Militares russos fazem demonstração de força no Mar Negro
SBT Brasil
O chanceler da Rússia disse, nesta 6ª feira (28.jan), que Moscou não quer iniciar uma guerra contra a Ucrânia. Apesar disso, o presidente Vladimir Putin afirmou que os Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) ignoraram, por enquanto, as preocupações russas sobre a segurança na região.
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A movimentação russa no Mar Negro é um treinamento e também uma demonstração de força, que só aumenta. O ministro da defesa ucraniano afirmou, nesta 6ª, que seis porta-aviões russos também estão a caminho. Não há sinal de um acordo que contemple a exigência do governo Putin de que a Ucrânia nunca será parte da Otan, organização militar fundada pelos Estados Unidos, país visto como ameaça pelos russos.
Mas a própria Otan já tinha se comprometido a aceitar os ucranianos numa conferência, na Romênia, 14 anos atrás. Não seria o primeiro desrespeito a acordos firmados com a parte mais fraca. A Ucrânia abriu mão de seu arsenal nuclear em troca da defesa de seu território por países como França, Reino Unido e a própria Rússia, que, em 2014, tomou a Crimeia e ajudou separatistas a chegarem ao poder no leste ucraniano. Não à toa, a Ucrânia se prepara para o pior. Militares do país treinavam com armamentos anti-tanques enviados pelo Reino Unido.
Outro capítulo dessa crise está no setor de energia. Valor equivalente a 40% do gás consumido na União Europeia vem da Rússia. Se um precisa comprar, o outro também precisa vender. Por isso, há uma movimentação intensa nos bastidores diplomáticos nesse momento. Norte-americanos e britânicos tentam montar uma rede de suprimento alternativa, que poderia incluir o Catar e a Líbia. Seria não apenas uma garantia de energia para os europeus, mas uma maneira de atingir os cofres da Rússia: 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do país vem da venda de óleo e gás.
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