Em mensagem à COP-26, Papa pede por luta coordenada contra crise climática
"É preciso agir com urgência, valentia e responsabilidade", afirmou Francisco
O Papa Francisco fez um apelo, na 3ª feira (2.nov), para que o mundo combata a crise ambiental coordenadamente e para que os países mais ricos ajudem as nações mais pobres. As declarações do pontífice fazem parte da mensagem enviada à 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), que está sendo realizada na cidade de Glasgow, na Escócia.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"Estamos todos conscientes da tarefa importante de mostrar a toda à Comunidade internacional se realmente existe vontade política para destinar com honestidade, responsabilidade e coragem mais recursos humanos, financeiros e tecnológicos para mitigar os efeitos negativos das mudanças climáticas, bem como para ajudar as populações mais pobres e vulneráveis, que são as que mais sofrem com isso" afirmou o papa, no texto lido pelo secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin.
O líder da Igreja Católica ressaltou ainda que as medidas requerem o compromisso de todos os países e utilizou o desempenho das nações durante a pandemia do novo coronavírus como exemplo. "A pandemia nos ensina que não temos alternativas: só conseguiremos vencê-la se todos participarmos deste desafio. Tudo isso, sabemos bem, requer uma colaboração profunda e solidária entre todos os povos do mundo."
+ Em 1 minuto: entenda o que é a COP26
O período pós-pandêmico também foi citado por Francisco, que pediu para que as mudanças sejam feitas "confrontando os erros cometidos no passado". "A COP26 pode e deve contribuir ativamente para a construção consciente de um futuro onde as condutas cotidianas e os investimentos econômicos e financeiros possam realmente salvaguardar as condições de uma vida digna da humanidade de hoje e de amanhã num planeta 'saudável'."
O pontífice fez um adendo à dívida ecológica contraída por Estados com entidades estrangeiras, "que lembra, em alguns aspectos, a questão da dívida externa, cuja pressão dificulta parte do desenvolvimento dos povos". "É necessário que os países desenvolvidos contribuam para resolver a dívida ecológica, limitando de forma importante o consumo de energia não renovável e aportando recursos nos países mais necessitados, para promover políticas e programas de desenvolvimento sustentável."
+ Indígena brasileira pede urgência na COP26: "Terra está falando"
Por fim, Francisco afirmou que "é preciso agir com urgência, valentia e responsabilidade" para combater as mudanças climáticas, que pode resultar, em um futuro próximo, em um número de migrantes ambientais mais volumoso do que os refugiados de conflitos.