Franceses dizem que vacina deles é melhor que a dos britânicos
Farmacêutica Valneva divulgou resultado da fase 3 dos testes clínicos e agora vai pedir aprovação para uso
SBT News
A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Valneva teve resultados satisfatórios, com "nível de anticorpos neutralizadores superior ao da AztraZeneca", divulgou nesta 2ª feira (18.out) a farmacêutica francesa. Segundo a empresa, "o índice de soroconversão dos anticorpos neutralizadores (do novo coronavírus) ficou acima de 95%", uma referência ao nível de estímulo que a vacina tem no sistema de defesa do organismo.
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A fase 3 dos testes clínicos foi feita com 4.012 pessoas acima de 18 anos, no Reino Unido. Não houve nenhum caso severo da covid, mesmo com as novas variantes em circulação nos últimos meses, como a Delta, que foi primeiramente identificada na Índia e tornou-se predominante no Reino Unido. A empresa anunciou que vai dar entrada no pedido de aprovação nas agências reguladoras britânica e da União Europeia. Neste primeiro momento, a farmacêutica espera ter o uso aprovado para pessoas que têm entre 18 e 55 anos, grupo que mais foi testado durante a pesquisa.
O professor da Universidade de Bristol Adam Finn, chefe da pesquisa, disse que os resultados são "impressionantes e encorajadores". A Valneva usa uma forma inativada do novo coronavírus, que não causa a doença, mas é capaz de ativar a reação do organismo humano. É a mesma tecnologia usada para as vacinas da gripe e da poliomielite.
Apesar dos bons resultados, o governo britânico cancelou uma ordem de 100 milhões de doses e está em uma disputa com a farmacêutica, que vai produzir a vacina na Escócia. O Reino Unido alega que a empresa não respeitou os prazos do contrato, algo que a Valneva nega.
Se os países ricos podem se dar ao luxo de dispensar vacinas, o mesmo não acontece em nações consideradas de renda baixa. Neste grupo, apenas 2,7% dos habitantes receberam ao menos uma dose de uma vacina contra a covid-19. Segundo a última atualização do site OurWorldInData, que usa dados da Universidade de Oxford, 52,4% dos habitantes do planeta ainda não foram vacinados.