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Brasil deixa lista vermelha do Reino Unido; 7 países seguem 'barrados'

Com a decisão, passageiros vindos do Brasil serão dispensados da quarentena de 10 dias

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Picadilly Circus, em Londres
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Depois de quase 2 anos no grupo de países considerados de alto risco para a covid-19, o Brasil foi retirado da chamada lista vermelha do Reino Unido. O anúncio foi feito no fim da tarde desta 5ª feira (7.out) pelo Ministério dos Transportes britânico. Dos 54 países que estavam na lista, ficaram apenas 7, todos no continente americano: Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Haiti, Panamá e República Dominicana. 

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Com a decisão, passageiros que venham do Brasil ficam dispensados de cumprir 10 dias de quarentena em um hotel escolhido pelo governo, geralmente próximo ao aeroporto. A despesa obrigatória com hotel e pelo menos três exames durante o confinamento chegava ao equivalente a quase R$ 18 mil. O Reino Unido tinha o regime mais duro e mais caro pra quem saía de cidades brasileiras. 

O anúncio vem dois dias depois do governo brasileiro anunciar medida semelhante. Portaria da Presidência da República publicada na última 3ª feira (5.out) dispensa passageiros que saiam do Reino Unido de uma quarentena de 14 dias quando desembarcarem no Brasil. A mesma portaria beneficiou passageiros que saiam da Índia e da África do Sul. Agora, todos os estrangeiros poderão desembarcar em aeroportos brasileiros com um teste antígeno feito 24 horas antes da viagem. 

Pandemia interrompeu crescimento

Nos dois lados do Atlântico, brasileiros e britânicos se encontravam cada vez mais até explodir a crise sanitária. Em 2019, os 163.425 turistas do Reino Unido que visitaram o Brasil formavam um grupo 5,7% maior que no ano anterior, mostram os dados da Embratur. No sentido contrário, o aumento era ainda mais significativo: 291 mil brasileiros visitaram o Reino Unido em 2019, 16% a mais que em 2018. No mesmo período, os gastos do turista brasileiro em cidades britânicas tinham aumentado 34%, segundo dados do Visit Britain, escritório de turismo do governo britânico.

Gavin Landry, vice-presidente para as Américas do Visit Britain, comemorou a decisão: "O Brasil é um importante mercado receptivo de visitantes para o Reino Unido e é seu principal mercado de origem na América Latina".  

Há otimismo, mas também há incertezas. A Latam, única empresa aérea do Brasil que fazia a ligação direta entre os dois países, afirmou em nota ao SBT News que tem intenção de retomar os voos, "mas ainda estamos avaliando os detalhes, que irão depender das definições finais do país [Reino Unido] e da nossa avaliação de demanda". 

Roberto Mollulo, motorista e guia turístico | Sérgio Utsch/SBT

Há 12 anos em Londres, Roberto Mollulo espera ansioso pela volta dos turistas brasileiros. O também brasileiro trabalha como motorista e guia turístico. Durante a pandemia, foi obrigado a trabalhar como motorista de aplicativos. "Eu engordei dez quilos. Eu tinha um padrão de vida, contas. A vida parou, mas as contas continuaram e aí a vida explode, né." 

Mollulo aproveitou o tempo pra reciclar e pra aprender mais sobre a história do Reino Unido, que ele apresenta pra turistas brasileiros. A empresa dele está recomeçando o atendimento a turistas com cinco dos seis motoristas brasileiros que trabalhavam juntos. Um deles morreu de covid-19. 

"Eu já tenho algumas coisas fechadas. Tenho viagens que já estavam marcadas antes da pandemia e foram reconfirmadas pra esse ano. Já tem muitos pedidos de orçamento de mais de 200 agências do Brasil. Tem muita gente querendo viajar", afirma. "Não vai voltar 100% como era. Eu tenho a nítida certeza. Mas nós vamos ter aí uns 70% ou 80% daquilo", acrescenta. 

Vacinas x critérios

Pelas redes sociais, o ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, anunciou que o Reino Unido agora vai aceitar vacinas produzidas em outros países. "Terão status de 'plenamente imunizados' cidadãos que foram vacinados em 37 países e territórios, incluindo Índia, Turquia e Gana. Serão tratados da mesma maneira que britânicos plenamente vacinados." 

A mudança de postura vem depois de muitas críticas sobre uma decisão anterior, segundo a qual, vacinas AztraZeneca produzidas em outros países não seriam aceitas no Reino Unido. A medida deixaria em um limbo inclusive milhares de cidadãos britânicos vacinados com a versão do imunizante produzida na Índia. Agora, todas as versões da AztraZeneca serão aceitas. 

Países como Portugal, Holanda e Espanha aceitam pessoas imunizadas com todas as vacinas usadas no Brasil. Já Alemanha, França e Reino Unido aceitam, em condições normais, apenas aqueles imunizados com vacinas aprovadas pela União Europeia ou pela agência reguladora britânica, o que exclui, por exemplo, a CoronaVac. 

Veja reportagem do SBT Brasil:

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