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Berlim: plebiscito vai decidir expropriação de 200 mil apartamentos

Expropriação atingiria apenas empresas e grandes proprietários, que tenham mais de 3 mil unidades

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Neste domingo, 26.set, os alemães não escolhem apenas os nomes que formarão um novo governo e apontarão o sucessor ou sucessora de Angela Merkel. No mesmo dia das eleições gerais, os berlinenses também vão tomar uma decisão que pode ter repercussões em toda a Europa. 226 mil apartamentos que hoje pertencem à iniciativa privada poderão ser estatizados. 

Na capital onde mais de 80% das pessoas moram de aluguel, o assunto é discutido com tanta ênfase quanto as eleições gerais. A Associação de Inquilinos da cidade precisava de 175 mil assinaturas pra conseguir o referendo. Em poucos dias de campanha, obteve quase 350 mil. 

Os preços de aluguel em Berlim ainda são menores se comparados aos de Londres e Paris mas, nos últimos 5 anos, houve um aumento de 42% para propriedades que tem entre 90 e 120 metros quadrados. Nenhuma cidade alemã teve uma alta tão grande. 

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Apesar de valores serem menores que em outras capitais europeias, preço do aluguel em Berlim teve a maior alta na Alemanha

O plebiscito deste domingo propõe a expropriação de imóveis de empresas e pessoas que tenham mais de 3 mil unidades. A estimativa dos defensores da campanha é de que o poder público gastaria cerca de de 8 bilhões de Euros (R$ 50 bilhões). Já as empresas privadas que seriam afetadas estimam um valor bem maior: 30 bilhões de Euros (R$ 187,5 bilhões). 

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A Deutsch Wohnem, maior empresa imobiliária da cidade e dona de 113 mil apartamentos, alega que a campanha não vai resolver o problema de falta de apartamentos e alta dos aluguéis em Berlim. "É inconstitucional e inviável financeiramente para os moradores de Berlim". 

Em entrevista à rede Euronews, Kalle Kunkel, uma das ativistas da campanha, afirmou que "o crescimento da cidade é maior que o ritmo de construção de novos apartamentos. Há uma escassez real, o que ajudou a deixar os proprietários de imóveis incrivelmente poderosos". 

"Ninguém tem o direito de aumentar o aluguel", diz trecho da campanha sobre o plebiscito na capital alemã

Inquilinos de Berlim já tinham sofrido uma derrota em fevereiro deste ano, quando a Corte Constitucional da Alemanha julgou ilegal o mecanismo que congelava os preços de aluguéis na capital. A realização do plebiscito foi uma resposta popular à frustração gerada na época. Pesquisas recentes mostram que 47% dos berlinenses são a favor da expropriação e 43%, contra. 

Ainda que a constituição alemã considere a estatização de bens da iniciativa privada "para o bem público", a idéia tem opositores até nos partidos mais progressistas, como o SPD. O partido de centro-esquerda deve ser o vencedor das eleições regionais de Berlim, que também ocorrem neste domingo. Se o "sim" vencer, tanto os políticos quanto a justiça terão pela frente uma situação inédita, que virá acompanhada da pressão de boa parte dos eleitores de Berlim.

Eleições gerais

A menos de 24 horas do início da votação, o quadro é cada vez mais incerto na Alemanha. O CDU, partido de Angela Merkel e agora liderado pelo candidato a chanceler Armin Laschet, reduziu a vantagem para o SPD, agremiação de centro-esquerda, liderada pelo ministro das Finanças, Olaf Scholz. Alguns institutos mostram uma diferença de apenas 2 pontos, dentro da margem de erro. 

A única certeza é que nenhum partido fará sozinho a maioria necessária pra formar um novo governo e que os Verdes deverão ampliar sua bancada e se consolidar como a terceira força do parlamento alemão. O partido que é focado em políticas ambientais e de controle das mudanças climáticas deverá ter um peso decisivo na formação da coalizão que governará a Alemanha.   

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