Mundo
Problema com vacinas na África do Sul pode se repetir no Brasil
Cientista britânico alerta para possível queda na eficiência de imunizantes contra variante mais contagiosa
Sérgio Utsch
• Atualizado em
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A perda de eficácia das vacinas contra a variante identificada na África do Sul é um indício de que haverá o mesmo problema com a variante P1, detectada em pacientes do Amazonas. A avaliação é do vice-presidente da Academia de Ciências Médicas do Reino Unido, doutor Lawrence Young.
"Comparando as variantes sul-africana e brasileira, há similaridades significativas, particularmente na região onde avaliamos que é importante para o 'escape imunológico'. A eficácia (das vacinas) contra a variante brasileira também deverá ser reduzida", afirmou o professor da Universidade de Warwick.
As duas variantes têm uma mutação chamada E484K, responsável por dar mais força ao vírus contra o sistema de defesa do organismo, mesmo nos casos de pessoas que já têm anticorpos porque foram infectadas previamente ou foram vacinadas.
Em entrevista ao SBT News, o virologista afirmou, no entanto, que acredita que as vacinas devem proteger contra os sintomas severos da covid-19, que causam hospitalização e, eventualmente, a morte dos doentes. "Minha opinião é que a força da resposta imunológica [gerada pelas vacinas] deverá ser significativamente suficiente para prevenir a doença severa, mas não deverá impedir sintomas médios, nem que as pessoas infectadas continuem espalhando o vírus".
O governo da África do Sul suspendeu neste domingo (7.fev) o uso do imunizante Oxford/AstraZeneca depois que um estudo preliminar mostrou que ele tem pouca eficácia contra a cepa mais contagiosa do coronavírus. O estudo, no entanto, é bastante limitado. Foi feito com apenas 2 mil sul-africanos jovens, com média de 30 anos e sem doenças pré-existentes.
A pesquisa foi liderada pelo professor Shabir Madhi, da Universidade de Witwatersrand, em Johanesburgo. "Mesmo se tivermos um estudo maior, é improvável que a eficácia da vacina chegue a 40 ou 50%", disse Madhi, nesta segunda, à rádio BBC.
Apesar das limitações do estudo, foi um sinal que colocou boa parte do mundo em alerta. Na semana passada, pesquisas também preliminares das farmacêuticas Novavax e Jansen também mostraram uma queda de eficácia de suas vacinas contra a variante sul-africana.
Entre governos europeus, a orientação é para que a vacina Oxford/AstraZeneca, a mesma usada no Brasil, continue sendo aplicada. A mensagem foi reforçada mesmo pelos países que limitaram o uso do imunizante no público mais velho, com a alegação de que não havia dados suficientes sobre a eficácia da vacina para quem tem mais de 65 anos.
Por outro lado, além de não haver nenhum problema de segurança, a vacina protege contra sintomas graves provocados pelas formas do vírus que circulam no continente europeu, inclusive pela chamada variante inglesa que, segundo o governo britânico, é até 70% mais transmissível.
A estratégia dos europeus é seguir com a vacinação e impedir que as variantes encontradas no Brasil e na África do Sul se espalhem no continente. O Reino Unido já detectou 149 casos da variante sul-africana e, hoje, a França fechou uma escola no subúrbio de Paris pelo mesmo motivo.
O Reino Unido e a maioria dos países europeus suspenderam todos os voos para o Brasil e África do Sul. A partir da semana que vem, todas as pessoas vindas do Brasil e de outros 32 países que desembarcarem em qualquer cidade britânica terão que ficar 10 dias isolados em um quarto de hotel escolhido pelo governo. As despesas serão pagas pelo próprio passageiro.
Assista à reportagem completa do SBT Brasil
"Comparando as variantes sul-africana e brasileira, há similaridades significativas, particularmente na região onde avaliamos que é importante para o 'escape imunológico'. A eficácia (das vacinas) contra a variante brasileira também deverá ser reduzida", afirmou o professor da Universidade de Warwick.
As duas variantes têm uma mutação chamada E484K, responsável por dar mais força ao vírus contra o sistema de defesa do organismo, mesmo nos casos de pessoas que já têm anticorpos porque foram infectadas previamente ou foram vacinadas.
Em entrevista ao SBT News, o virologista afirmou, no entanto, que acredita que as vacinas devem proteger contra os sintomas severos da covid-19, que causam hospitalização e, eventualmente, a morte dos doentes. "Minha opinião é que a força da resposta imunológica [gerada pelas vacinas] deverá ser significativamente suficiente para prevenir a doença severa, mas não deverá impedir sintomas médios, nem que as pessoas infectadas continuem espalhando o vírus".
ALERTA
O governo da África do Sul suspendeu neste domingo (7.fev) o uso do imunizante Oxford/AstraZeneca depois que um estudo preliminar mostrou que ele tem pouca eficácia contra a cepa mais contagiosa do coronavírus. O estudo, no entanto, é bastante limitado. Foi feito com apenas 2 mil sul-africanos jovens, com média de 30 anos e sem doenças pré-existentes.
A pesquisa foi liderada pelo professor Shabir Madhi, da Universidade de Witwatersrand, em Johanesburgo. "Mesmo se tivermos um estudo maior, é improvável que a eficácia da vacina chegue a 40 ou 50%", disse Madhi, nesta segunda, à rádio BBC.
Apesar das limitações do estudo, foi um sinal que colocou boa parte do mundo em alerta. Na semana passada, pesquisas também preliminares das farmacêuticas Novavax e Jansen também mostraram uma queda de eficácia de suas vacinas contra a variante sul-africana.
ISOLAR
Entre governos europeus, a orientação é para que a vacina Oxford/AstraZeneca, a mesma usada no Brasil, continue sendo aplicada. A mensagem foi reforçada mesmo pelos países que limitaram o uso do imunizante no público mais velho, com a alegação de que não havia dados suficientes sobre a eficácia da vacina para quem tem mais de 65 anos.
Por outro lado, além de não haver nenhum problema de segurança, a vacina protege contra sintomas graves provocados pelas formas do vírus que circulam no continente europeu, inclusive pela chamada variante inglesa que, segundo o governo britânico, é até 70% mais transmissível.
A estratégia dos europeus é seguir com a vacinação e impedir que as variantes encontradas no Brasil e na África do Sul se espalhem no continente. O Reino Unido já detectou 149 casos da variante sul-africana e, hoje, a França fechou uma escola no subúrbio de Paris pelo mesmo motivo.
O Reino Unido e a maioria dos países europeus suspenderam todos os voos para o Brasil e África do Sul. A partir da semana que vem, todas as pessoas vindas do Brasil e de outros 32 países que desembarcarem em qualquer cidade britânica terão que ficar 10 dias isolados em um quarto de hotel escolhido pelo governo. As despesas serão pagas pelo próprio passageiro.
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