11 de setembro: Nasa divulga carta de astronauta que viu atentado do espaço
Norte-americano Frank Culbertson conseguiu registrar a fumaça provocada pelo impacto do avião contra a Torre Sul do World Trade Center
O ataque terrorista de 11 de setembro completa 23 anos nesta quarta-feira (11). O evento traumático para milhões de norte-americanos marcou o início da década de 2000, e pessoas de todo o mundo puderam acompanhar o desenrolar da tragédia, pessoalmente, para moradores de Nova York e da Virgínia (EUA), e pela televisão. Mas para o astronauta dos Estados Unidos Frank Culbertson o momento dos ataques foi diferente de todos os outros.
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Frank, hoje com 75 anos, na época com 52, era o único norte-americano fora do planeta durante os ataques. Junto de outros dois astronautas, ele estava a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) quando recebeu a notícia de que as pessoas na Terra "estavam tendo um dia muito ruim". O relato do astronauta foi feito em uma carta, divulgada pela Nasa nesta quarta-feira, escrita por Frank no dia do atentado terrorista e nos dias seguintes aos ataques.
"Bem, obviamente hoje o mundo mudou. O que eu digo é muito pequeno se comparado com a importância do que aconteceu com o nosso país hoje quando foi atacado por... por quem? Terroristas, é tudo o que sabemos, eu acho".
Após ser informado do que havia acontecido em Manhattan, Frank relata que correu para o computador com o mapa da Terra para saber por onde eles estavam passando naquele momento. Em pouco tempo, estaria sobre Nova Inglaterra, próximo de Nova York.
"Eu corri pela estação até eu encontrar uma janela que eu pudesse enxergar Nova York e peguei a câmera mais próxima. [...] A fumaça parecia se expandir de forma estranha da base de uma coluna que se espalhava pelo sul da cidade. Depois de ler um dos artigos que acabamos de receber, acredito que estávamos olhando para Nova York por volta do momento, ou logo depois, do choque contra a segunda torre".
Durante a próxima órbita, Frank, Michael e Vladimir se juntaram na janela da ISS para tentar enxergar Nova York ou Washington. Conseguiram ver apenas uma névoa sob a capital dos EUA, mas sem uma fonte específica.
"Tudo pareceu incrível de duas a três mil milhas de distância. Não consigo imaginar as cenas trágicas do solo."
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No dia seguinte aos atentados, Frank conta que foi vencido pela "fatiga e pelo desgaste emocional".
"Eu conheço tantas pessoas em Washington, tantas pessoas que viajam de lá para Nova York, muitos desses pilotos, que eu tinha a certeza de que receberia pelo menos algumas poucas notícias ruins ao longo dos próximos dias".
Frank conta que o piloto do avião que colidiu contra o Pentágono, Chic Burlingame, foi um colega de sala. "Eu não consigo imaginar o que ele deve ter passado", disse.
Para o astronauta, uma das partes mais difíceis da tragédia era descrever o sentimento de ser o único norte-americano que estava "completamente fora do planeta" naquele momento.
"O sentimento de que eu deveria estar com todos vocês, lidando com isso, ajudando de alguma forma, é esmagador".
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No dia 14 de setembro de 2001, três dias após os ataques e o último dia da carta de Frank, o astronauta relatou que "felizmente" os dias foram corridos para ele, que agradeceu o centro de controle de missão da Rússia, que transmitiu os programas ao vivo e as notícias por rádio sobre a tragédia, para garantir que ele se mantivesse informado.
"Eu espero que o exemplo de cooperação e confiança nessa nave espacial e que todas as pessoas no programa demonstraram diariamente inspirem o resto do mundo a trabalharem da mesma forma", disse o astronauta, ao final da carta, em tom de esperança.
No dia 11 de setembro de 2001, 19 terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais com passageiros a bordo. Duas aeronaves colidiram intencionalmente contra as Torres Gêmeas (prédios do complexo World Trade Center), outra colidiu contra o Pentágono, em Washington. O último avião, que tinha a Casa Branca como alvo, caiu em campo aberto, na Pensilvânia.
Ao todo, 2.977 pessoas de mais de 90 países morreram durante os atentados. Mais de 7 mil ficaram feridas. Assim como relatado na carta de Frank, o mundo mudou após os ataques.
Para ler o texto do astronauta Frank Culbertson na íntegra, acesse o link.