Mauro Cid será ouvido por Alexandre de Moraes após PF apontar contradições em delação
Defesa do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro afirma que ele não tem conhecimento sobre tentativa de golpe de Estado
SBT News
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, intimou o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, a depor nesta quinta-feira (21), às 14h, para esclarecer as contradições apontadas pela Polícia Federal em sua delação.
A Polícia Federal enviou para o ministro do STF uma cópia do depoimento de Cid, apontando os trechos em que os investigadores consideram que houve omissão ou contradição nas respostas sobre o plano golpista para matar Lula, Alckmin e Moraes.
A defesa de Cid afirma que ele não tem conhecimento sobre a tentativa de golpe e não omitiu nenhuma informação durante a oitiva na PF.
De acordo com relatório da Operação Contragolpe, uma das reuniões da trama golpista foi realizada na casa do general Braga Netto, em Brasília, no dia 12 de novembro de 2022, e teve a participação de Mauro Cid.
Entenda a situação de Mauro Cid
Cid fechou acordo de colaboração premiada após ter sido preso em desdobramento das investigações que apuram fraudes em certificados de vacinação contra a covid-19.
Além da situação ligada às vacinas, o militar cooperou com a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado que teria sido elaborada no alto escalão do governo Bolsonaro. Ele também é implicado no esquema de venda de joias e presentes entregues ao ex-presidente por autoridades estrangeiras.
A delação dele está sob risco de deixar de valer, o que poderia suspender o direito de permanecer em liberdade. O processo de questionamento está ligado a áudios do militar que vazaram. No material ele afirma que teria sido pressionado a contribuir com a Polícia Federal.
Histórico do militar com a Justiça
O tenente-coronel foi preso em 3 de maio de 2023, em uma operação que apurava a inserção de dados falsos de vacinação contra covid-19 em sistemas do Ministério da Saúde. Ele ficou preso até 9 de setembro, quando fechou o acordo de colaboração com a PF. A soltura dele foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Em março deste ano, Mauro Cid voltou a ser preso, ficando com a liberdade restringida até o mês de maio. A pena estava ligada ao vazamento de áudios em que criticava Moraes e citava a colaboração, o que é proibido.
Nas investigações da PF, foi apontado que integrantes do então governo e o ex-presidente Jair Bolsonaro trataram em reuniões de medidas contra o Judiciário. As ações são ligadas a uma tentativa de golpe, ainda em investigação.