Moraes faz associação política ao 8/1 e defende restrição de redes sociais
Um ano após atentados golpistas, presidente do TSE disse que plataformas são “o maior poder de corrosão da democracia”
O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), associou os atos de 8 de janeiro, que celebram um ano nesta segunda-feira (8.jan), a movimentos políticos. O magistrado, que é responsável pelo inquérito das fake news, também defendeu mais restrição de redes sociais, para combate à desinformação. E afirmou que as plataformas hoje são o “maior poder de corrosão da democracia”.
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“Precisamos regulamentar o maior instrumento de poder de corrosão da democracia hoje, que é a desinformação via redes sociais. Não podemos ignorar o poder político das redes sociais”, afirmou Moraes, durante o ato Democracia Inabalada, realizado no Congresso Nacional em lembrança ao 8 de janeiro.
O ministro ainda defendeu que as regras digitais devem ser as mesmas aplicadas na sociedade. “Não há razoabilidade para big techs ficarem como terra de ninguém, o que vale para o mundo virtual deve valer para o mundo real”, declarou. E afirmou que políticos têm utilizado redes sociais em um movimento populista digital extremista, que passou despercebido em democracias.
“Por mais de uma década essa instrumentalização foi realizada pelos novos populistas digitais extremistas, sem que os democratas percebessem o potencial destrutivo existente, e, consequentemente, sem que houvesse a necessária regulamentação, que já existente para todos os demais meios de comunicação social”.
Democracia inabalada
O nome do ato “Democracia Inabalada” lembra declaração da ex-ministra Rosa Weber, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) durante os atos golpistas de 2023. A atuação da magistrada frente às invasões ao Supremo também foi destaque durante o discurso de Moraes.
“Com coragem, firmeza, competência e genuíno senso de liderança, a Ministra Rosa Weber nos conduziu serenamente na reconstrução física do Supremo Tribunal Federal, em tempo recorde e para a abertura do ano judiciário em 1º de fevereiro; além de garantir que o STF não deixasse de cumprir sua missão constitucional nem por um único minuto, ao convocar sessão virtual permanente a partir de 9 de janeiro.".