Governo suspeita que criminosos fugiram a pé e estão a 15 km de presídio
Lewandowski afirmou que não há indicação do uso de carros ou apoio externo. Cerca de 300 policiais usam helicópteros e drones na busca pelos foragidos
As investigações indicam que os dois criminosos que fugiram do presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, estão a uma distância aproximada de 15 km da penitenciária. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (15) pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.
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“Estão, imaginamos nós, localizados em um perímetro a cerca de 15km de distância do presídio até a cidade, até o centro da cidade. É um local de matas. É uma zona rural. E nós imaginamos que eles estejam na região”, diz o ministro.
A hipótese do governo federal também indica que eles estão a pé, por não haver registros de transporte ou de roubo de veículos na região. “Pelas videocâmaras, nós não identificamos nenhum veículo que os tenha buscado quando transpuseram a grade do presídio. E também não temos nenhuma notícia de fuga ou roubo”, emenda Lewandowski.
As buscas para localizar Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, 35, contam com uma equipe de ao menos 300 policiais, entre investigadores federais e peritos, policiais estaduais que atuam contra o crime organizado e policiais rodoviários federais. As equipes ainda fazem uso de helicópteros e drones.
“Todos os esforços das autoridades locais e federais estão voltados para recaptura desses dois fugitivos”, afirma Lewandowski. Os dois foragidos são do Acre e respondem por diferentes crimes, e também são apontados como parte da organização criminosa Comando Vermelho. A suspeita é de que estejam escondidos na área rural de Mossoró: "Uma casa rural invadida onde houve furto de roupas e comidas. Certamente isto pode estar relacionado a esses dois fugitivos que estão tentando sobreviver nessa área”.
Investigação
O ministro da Justiça afirma que, até o momento, a hipótese é de que a fuga não tenha sido orquestrada com pessoas de fora do presídio. E confirma que os dois criminosos utilizaram ferramentas de uma reforma nas instalações do local, aproveitando falhas de segurança.
"Algumas câmeras não estavam funcionando adequadamente. Assim, também, algumas luzes, algumas lâmpadas que poderiam eventualmente detectar uma fuga não estavam funcionando adequadamente. Então de quem é essa responsabilidade, porque isso ocorreu, será objeto de investigação nos dois planos, administrativo e no plano criminal", afirma.
Mudanças em presídios
Lewandowski ainda diz que a fuga não representa falta de segurança de outros presídios federais, mas endureceu medidas de controle nas penitenciárias. Entre as propostas elaboradas pelo governo está a construção de uma muralha nos locais de segurança máxima e adequações no esquema de segurança, com modernização de videomonitoramento e visitas mais rigorosas: “Inclusive com sistema de reconhecimento facial, de todos aqueles que ingressam [ao presídio]". Sejam visitantes, administradores, autoridades. Mesmo advogados vão ter que passar por reconhecimento facial”.