Bolsonarista acusado de matar tesoureiro do PT vai a júri popular nesta quinta-feira (4)
Jorge Guaranho está preso desde 2022 e é acusado de homicídio duplamente qualificado com agravante de motivo fútil
O policial penal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL) Jorge Guaranho, acusado de matar a tiros o tesoureiro do PT Marcelo Arruda, vai a júri popular por homicídio duplamente qualificado nesta quinta-feira (4). O julgamento, presidido pelo juiz Hugo Michelini Junior, acontecerá no Fórum de Justiça de Foz do Iguaçu, no Paraná.
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Marcelo Arruda morreu na madrugada do dia 10 de julho de 2022, em Foz do Iguaçu. Na noite do dia 9, ele comemorava o aniversário de 50 anos, em uma festa que tinha o PT como tema, quando Guaranho invadiu o local. A discussão por política fez com que o policial penal disparasse contra o tesoureiro, que revidou. Ambos ficaram feridos.
Arruda foi encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Guaranho, por sua vez, conseguiu se recuperar e foi preso quase um mês depois, em 13 de agosto. Ele foi acusado de homicídio duplamente qualificado, com agravante de motivo fútil e perigo comum, e foi levado ao Complexo Médico Penal de Pinhais, em Curitiba.
Guaranho foi demitido do cargo que ocupava na época do crime em março deste ano. A exoneração aconteceu no dia 19 e foi assinada pelo ministro de Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que apontou três infrações cometidas pelo policial:
- Uso de recurso material da repartição em atividade particular;
- Prática de ato de improbidade administrativa;
- Incontinência pública.
Julgamento
A sessão do júri de Guaranho será composta por promotores de Justiça titulares do núcleo de Foz do Iguaçu do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da 13ª Promotoria de Justiça da comarca, que assina a denúncia criminal. Ao todo, foram convocados 35 jurados e outros 35 suplentes, dentre os quais sete serão selecionados por sorteio para integrar o chamado Conselho de Sentença.
Primeiro, serão ouvidas as testemunhas indicadas pela acusação e, na sequência, as indicadas pela defesa. Em seguida irão começar os debates entre as partes: o primeiro a falar será o promotor de Justiça, que terá uma 1h30 para fazer a acusação, seguido pelo advogado do réu, que terá o mesmo tempo para apresentar os argumentos de defesa.
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Após os debates, o júri popular irá se reunir para decidir se condena ou absolve o réu. Em cédulas entregues individualmente, e sigilosas, os jurados votam e também respondem sobre a materialidade, autoria e qualificadoras das acusações pelas quais o réu responde. Posteriormente, os votos são contados e o veredito é anunciado conforme a maioria.