Militante petista é assassinado; PT acusa violência de bolsonarista
Marcelo Arruda comemorava o aniversário; autor dos disparos está em estado estável
Terminou em tragédia a festa de 50 anos do guarda municipal e militante do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Arruda. Ele morreu na madrugada deste domingo (10.jul) depois de ter sido baleado, enquanto comemorava o aniversário, em Foz do Iguaçu, no Paraná. A festa tinha como tema o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Segundo testemunhas, Arruda festejava com amigos e familiares na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi), quando o agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho invadiu o local de carro gritando "Bolsonaro" e "mito". O homem, que estava armado, também teria ameaçado os convidados. A festa foi interrompida e os dois discutiram. Guaranho chegou a deixar o local, mas ameaçou voltar e atirar. Foi então que o petista buscou a arma funcional no carro e foi atingido por pelo menos dois tiros, no estacionamento.
Depois de baleado Arruda chegou a ser levado a um hospital próximo, mas não resistiu aos ferimentos. Ele deixa esposa e quatro filhos. O atirador foi baleado; informações iniciais apontavam que ele também havia morrido em decorrência do ferimento, mas, de acordo com a polícia, está vivo e com quadro estável. Marcelo Arruda, 50 anos, era guarda municipal há 28 e diretor do Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu (Sismufi). Nas eleições de 2020, foi candidato a vice-prefeito pelo PT, em Foz do Iguaçu.
PT pede providências
Em nota divulgada neste domingo (10.jul), o Partido dos Trabalhadores diz que o militante foi "vítima da intolerância, do ódio e da violência política". A legenda afirma que "Desde o começo do ano, quando lançou uma Campanha Nacional contra a Violência Política, o PT vem alertando a sociedade brasileira e as autoridades dos vários Poderes da República para a escalada de perseguição a parlamentares, filiados e filiadas, militantes de movimentos sociais e de outros partidos de esquerda e o crescimento da violência política no país", enfatiza.
O documento assinado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, diz ainda que confrontos como o da última madrugada "são embalados por um discurso de ódio e perigosamente armados pela política oficial do atual Presidente da República, que estimula cotidianamente o enfrentamento, o conflito, o ataque a adversários".
Pelas redes sociais, o ex-presidente Lula, também lamentou a morte de Marcelo Arruda e pediu "compreensão e solidariedade com os familiares de José da Rocha Guaranho", o homem armado que invadiu o aniversário do petista. Lula disse que a família do atirador também perdeu um pai e um marido para um discurso de ódio estimulado pelo presidente da República.