Anderson Torres respondeu todos os questionamentos feitos pela PF, diz defesa
Ex-ministro foi ouvido por mais de duas horas sobre bloqueios em estradas no segundo turno
Cristiane Noberto
O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres teria respondido, de acordo com o seu advogado de defesa, todas as perguntas da Polícia Federal (PF) no depoimento ocorrido nesta 2ª feira (8.mai). Torres deixou a sede da corporação após mais de duas horas de oitiva sobre a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no segundo turno das eleições de 2022.
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O ex-ministro foi escoltado pela Polícia Militar até o prédio da PF, que fica na Asa Norte, em Brasília. O reforço policial se deu pela condição do ex-ministro, preso desde o dia 14 de janeiro em um batalhão da Polícia Militar do DF por suposta omissão nos atentados terroristas contra os prédios dos Três Poderes.
A ordem para a escolta veio do ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
A oitiva havia sido marcada inicialmente para março, mas foi adiada para esta 2ª a pedido da defesa de Torres, que alegou "piora" no quadro de saúde mental do ex-ministro.
Após o depoimento, o advogado do ex-ministro, Eumar Novacki, enviou nota a imprensa dizendo que o cliente "é o principal interessado no rápido esclarecimento dos fatos e acredita que a verdade prevalecerá".
A PF ouviu o ministro sobre supostas blitze da PRF ocorridas em estados do Nordeste, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha vantagem, segundo pesquisas eleitorais. Na ocasião, Torres era ministro da Justiça no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Pelo cargo, tanto a PRF quanto a PF eram subordinadas a Torres.