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Justiça

Réus do caso 'Boate Kiss' deixam a prisão: "Ninguém quis fazer aquilo"

Saída ocorreu poucas horas após a Justiça do Rio Grande do Sul anular o júri que condenou 4 envolvidos no incêndio

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Luciano Bonilha
• Atualizado em
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Dois réus do caso 'Boate Kiss' deixaram, nesta 4ª feira (03.ago), o Presídio Estadual de São Vicente do Sul, no Rio Grande do Sul, onde estavam presos desde dezembro do ano passado.

A saída de Luciano Bonilha Leão, ex-produtor da banda Gurizada Fandangueira, e Marcelo de Jesus do Santos, ex-músico do grupo, ocorreu poucas horas após uma decisão da Justiça do RS anular o júri que condenou, a penas entre 18 e 22 anos, quatro envolvidos no incêndio que deixou 242 mortos e 636 feridos. O caso aconteceu no dia 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria (RS).

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Pouco antes de entrar na caminhonete, na qual deixou a prisão acompanhado de Marcelo de Jesus, Luciano Bonilha falou brevemente à imprensa. O empresário alegou ter sido vítima de uma tentativa de vingança, e afirmou que nenhum dos réus tinha a intenção de ferir os jovens.

"Ninguém quis fazer aquilo lá, não somos assassinos", diz Luciano Bonilha.

"Queria só dizer assim, ó: quando fizeram o júri, quiseram fazer uma vingança com 'nós'. E hoje, Deus está dando a resposta, que eu e Marcelo somos trabalhadores, e estando tendo com a sabedoria e com Deus, que está ajudando 'nós' a sair daqui", disse Luciano.

Os outros dois réus do caso, os ex-sócios da boate Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, também devem deixar a prisão ainda nesta 4ª feira. Os dois cumprem pena na Penitenciária Estadual de Canoas.

Anulação do julgamento

Realizado entre os dias 1º e 10 de dezembro de 2021, o julgamento do caso Boate Kiss foi anulado, nesta 4ª feira, por 2 votos a 1, pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Os desembargadores José Conrado Kurtz e Souza e Jayme Weingartner reconheceram argumentos das defesas, que apontavam nulidades no processo e no júri. Apenas o relator do processo, o desembargador Manuel José Martinez Lucas descordou das teses apresentadas.

O Ministério Público do RS lamentou a decisão da Justiça e declarou estar "inconformado, por confia na legalidade do processo, e já trabalha para reverter a decisão, como ocorreu nesse mesmo processo em situações anteriores". Ainda cabem recursos no caso, que pode seguir para instâncias superiores da Justiça.

Assista na reportagem do SBT Brasil:

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