MP vai investigar operação policial no Complexo do Alemão, no Rio
Considerada a quarta mais letal da história do estado, ação deixou 18 mortos
Camila Stucaluc
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) vai investigar a operação policial no Complexo do Alemão, realizada no último dia 21, que deixou 18 mortos em cerca de dois dias. Segundo a entidade, a medida segue decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), conhecida como ADPF das Favelas, que garante a apuração das ações policiais em comunidades.
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Até o momento, foram feitas 30 denúncias de violação dos direitos humanos durante as 10 horas de operação. Tal cenário gerou preocupação entre integrantes da defensoria pública e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio, que relataram casos de omissão de socorro, invasão de domicílios, ameaças e execuções sumárias - crimes negados por forças de segurança.
No total, 18 pessoas foram mortas, sendo 16 suspeitos, um policial e uma moradora de 50 anos. Tendo como objetivo combater roubo de veículos, de caga e a bancos, a operação policial já é considerada a quarta mais letal da história do estado.
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"Nós vimos na operação uma mobilização de mais de quatrocentos policiais, helicópteros, armas. E nada, efetivamente, aconteceu. Hoje, continua a insegurança no Rio de Janeiro", disse Álvaro Quintão, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ. Ele reforçou a coleta de depoimentos dos moradores, que deve auxiliar nas investigações do MPRJ.