Justiça aceita denúncia e policial que matou petista vira réu
Segundo MP, Jorge Guaranho cometeu o crime por motivo fútil; "preferências político-partidárias antagônicas"
Rafaela Vivas
A Justiça em Foz do Iguaçu aceitou a denúncia do Ministério Público do Paraná e tornou réu por homicídio duplamente qualificado o policial penal federal Jorge Guaranho, que matou o tesoureiro do PT Marcelo Arruda, no último dia 9 de julho.
Na decisão o juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu, justificou que há "presença de indícios suficientes de autoria e prova de materialidade do crime tipificado". O juiz determinou ainda que o acusado, que também foi atingido e está internado, apresente sua defesa prévia em até 10 dias.
A denúncia foi oferecida horas antes da decisão, na tarde desta 4ª feira (20.jul), pelo Ministério Público do Paraná. Em entrevista coletiva, os procuradores responsáveis avaliaram que Guaranho agiu por motivo fútil decorrente de "preferências político-partidárias antagônicas" e que o policial colocou em risco a vida de mais pessoas ao efetuar os disparos no salão de festas.
O caso
O guarda municipal Marcelo Arruda, foi assassinado a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos, na noite de 9 de julho. A festa tinha como tema o PT e fazia várias referências ao ex-presidente e pré-candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo o MP o acusado chegou na festa sem ser convidado, gritando palavras de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). "Ao chegar na festa de Marcelo Arruda, [Guaranho] abrindo a janela de seu veículo, tocando música em alusão a Bolsonaro e gritando coisas como "Lula lixo", contou o promotor Luiz Marcelo Mafra, ao oferecer a denúncia.
Em entrevista coletiva com os argumentos do Ministério Público, o promotor afirmou ainda que Guaranho retornou à festa, minutos antes de atirar contra o petista, repetindo "aqui é Bolsonaro" e "petista vai morrer tudo".