Réus acusados de espancar jovem até a morte no RS são condenados
Sob forte emoção, a família da vítima acompanhou de perto as sessões do julgamento
Luciane Kohlmann
Após três dias de júri, três réus acusados de espancar até a morte o jovem Ronei Faleiro Júnior, de 17 anos, no Rio Grande do Sul, foram condenados. No início da madrugada deste sábado (25.jun), o juiz Jonathan Cassou dos Santos anunciou a decisão dos jurados.
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"Declaro condenados os réus Leonardo Macedo Cunha, Peterson Patrick Silveira Oliveira e Vinícius Adonai Carvalho da Silva já qualificados", pontuou o magistrado.
Os réus foram condenados por homicídio qualificado, três tentativas de homicídio, associação criminosa e corrupção de menores. Peterson, que admitiu ter dados garrafadas na cabeça, e Leonardo, que golpeou o pai de Ronei, receberam 35 anos e quatro meses de prisão. Já a pena de Vinicius, que negou participação, foi superior a 38 anos.
De acordo com o juiz, "será decretada a execução imediata da pena, porém com suspensão do seu cumprimento em obediência a decisão do Tribunal de Justiça, Primeira Câmara Criminal. Dos dois habeas corpus". Durante os debates, as defesas tentaram desqualificar o homicídio, alegando que o jovem morreu por causa de uma doença de coagulação, apesar do laudo indicar traumatismo craniano.
A defensora pública Tatiana Boeria, de Leonardo, disse que "Ronei Jr. tinha uma doença auto imune". "Não tenho atestado, mas tenho documentos. Eu tenho a palavra da médica que atendeu Ronei aqui em Charqueadas", completou.
Mas, para o Ministério Público, todos tiveram participação no crime. "Na réplica, um matou, outro agrediu e colaborou, e Vinicius comanda e agride", afirmou o promotor Eugênio Amorim. O crime ocorreu em agosto de 2015, quando Ronei e um casal de amigos saíam de uma festa em Charqueadas (RS), a 60 km de Porto Alegre.
Outros seis réus ainda vão a júri em dois julgamentos separados, nos dias 4 e 11 de julho. Segundo a denúncia do MP, os acusados eram da gangue Bonde da Aba Reta, e a confusão começou por causa de uma rixa com a cidade vizinha de São Jerônimo, de onde era um jovem que estava com Ronei. Sob forte emoção, a família deste acompanhou de perto as sessões do julgamento. Apesar do desgaste e da tristeza, o pai faz questão de depor nos próximos júris. "É muito desgastante, mas lutamos por justiça", falou ele.
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