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Justiça

Flordelis, de pastora e deputada mais votada do Rio a presidiária

"Trajetória" é o terceiro episódio da série que reconta um dos crimes mais chocantes do país

Imagem da noticia Flordelis, de pastora e deputada mais votada do Rio a presidiária
Ex-deputada Flordelis teve o mandato cassado
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Flordelis dos Santos de Souza nasceu em 5 de fevereiro de 1961 na favela do Jacarezinho, zona norte do Rio de Janeiro. Ali viveu durante boa parte da vida. E, ali, também criou as bases para o projeto de vida que acabaria por levá-la da glória à prisão.

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Em "Trajetória", o terceiro episódio da série sobre o assassinato do pastor Anderson do Carmo, o SBT News relembra a trajetória de Flordelis, desde a infância pobre à ascensão como pastora, cantora gospel que vendeu mais de 2,5 milhões de álbuns, até deputada federal, eleita com quase 200 mil votos (foi a mulher mais votada no estado do Rio de Janeiro para a Câmara, em 2018). Quando vivia o auge da carreira, passou a ser investigada pela morte do marido, virou ré, teve o mandato cassado e foi presa.

"A gente foi inocente. E a gente é inocente várias vezes com personagens heroicos. A gente tende a querer criar heróis que não existem. A Flordelis foi uma peça dessa: a mulher pobre, da favela do Jacarezinho, que não se conforma em ver uma criança, e vai adotando crianças, crianças", analisa a apresentadora Isabele Benito, do SBT Rio.

Anderson entrou na vida de Flordelis como o grande articulador das mudanças que a alçaram à fama. Cuidava das finanças, administrava os nove templos da igreja que os dois fundaram, planejou as carreiras musical e política da mulher e tinha bom trânsito em Brasília. "Ela tinha uma carreira artística, religiosa e política, na qual ela figurava como a grande estrela da família, mas o cérebro era ele, era ele quem geria toda a parte financeira da família", observa o delegado Allan Duarte, em entrevista ao SBT News.

Mas, ao investigar o crime, a polícia foi, pouco a pouco, desmontando a imagem de família perfeita e da missionária que comoveu multidões com sua pretensa obra social. Depoimentos revelaram uma profunda divisão no clã chefiado por Anderson e Flordelis.

"O que chama a atenção nesse caso é esse ambiente de promiscuidade que existia dentro da residência dos pastores Anderson e Flordelis", revela o delegado Marcus Amim ao SBT News. "Essa relação sexual que existia, essas orgias que existiam de parentes consanguíneos e parentes por afinidade. Todo esse ambiente ignóbil acaba gerando esse conflito que existia dentro da família, conflito por ambição, conflito religioso, conflito também por dinheiro. E tudo isso acabou culminando no assassinato do pastor Anderson e, o que as investigações apontaram, a mando de Flordelis", conclui.

Ainda assim, quase três anos depois do assassinato de Anderson do Carmo, Flordelis mantém mais de 2 milhões de seguidores nas redes sociais. "A gente vê ali que não julgam, que acreditam, que torcem ou, mesmo achando que aconteceu alguma coisa, acham que se merece um perdão. Enfim, são diferentes expressões de pessoas que têm todo um cuidado. Ela ainda tem esse público", diz a advogada de Flordelis, Janira Rocha.

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