Justiça condena "médico dos famosos" a pagar R$ 400 mil para paciente
Homem foi submetido a cirurgia bariátrica mal-sucedida em 2016
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDF) condenou o médico Carlos Eduardo Malzoni, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, a pagar indenização de R$ 400 mil por danos morais e materiais a um paciente de Brasília, por causa de uma cirurgia bariátrica mal-sucedida e procedimento experimental feito sem aviso. A sentença foi proferida pelo juiz José Rodrigues Chaveiro Filho.
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Malzoni é conhecido como "médico dos famosos", visto que faz procedimentos cirúrgicos em atores e apresentadores, entre outras personalidades da mídia. A cirurgia abordada no processo analisado por Chaveiro Filho foi realizada em 2016. Segundo a sentença, na época, o homem procurou o profissional querendo passar por uma cirurgia para perder e, então, Mazoni apresentou a bariátrica como solução.
Ainda de acordo com o juiz, "na consulta, o médico se limitou a assegurar que a cirurgia seria simples, e que no pós operatório poderia comer tudo, em pouca quantidade, mas que ficaria com o corpo que sempre quis". "Mas a cirurgia não rendeu os resultados esperados. Pois durante o pós-operatório teve diagnóstico de trombose e nos dias que seguiram teve dores abdominais diárias e muita dificuldade de alimentação. Em 2017 ficou muito magro e desnutrido, mas com uma barriga enorme, tendo sido diagnosticado com ascite", completa.
No decorrer do processo, o paciente relatou que, após a cirurgia, precisou ser internado constantemente e, por causa dos graves problemas clínicos, questionou o médico dos famosos. Diante do questionamento, o profissional teria se comprometido a devolver os honorários médicos e a bancar os tratamentos necessários, mas, depois, ignorado novos contatos do paciente.
O procedimento experimental citado pelo juiz na sentença trata-se do método utilizado na bariátrica, nesse caso: "técnica santoro". Outros problemas apontados pelo magistrado como motivos para determinar o pagamento da indenização foi a não submissão do paciente a tratamento clínico prévio -- necessário para a realização da cirurgia e o fato de a trombose ser irreversível.
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