Acusado de matar Tatiane Spitzner, Luis Felipe Manvailer vai a júri popular
Acusação acredita que réu receberá pena máxima; Defesa defende que advogada se jogou do prédio
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SBT News
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Assista ao boletim do repórter Clarison Kawa, da Rede Massa/SBT, no Paraná, sobre o caso
Após dois adiamentos, acontece nesta quarta-feira (10 fev.) o juri popular de Luis Felipe Manvailer, no Fórum de Guarapuava, região centro-sul do Estado do Paraná. Ele é acusado de ter matado sua esposa, a advogada Tatiane Spitzner em julho de 2018.
Manvailer chegou por volta das 8h30 ao fórum escoltado pela Polícia Militar e em uma viatura do Departamento Penitenciário do Paraná. Antes do início do juri, amigos e familiares de Tatiane, usando roupas na cor preta e cartazes, fizeram uma manifestação para pedir justiça. Rosas foram fixadas no portão do fórum.
Manvailer foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná por homicídio qualificado (feminicídio, motivo fútil e morte mediante asfixia) e fraude processual. Ele está preso há dois anos e meio na Penitenciária Industrial de Guarapuava.
O juri começou por volta das 9h30. Sete de 30 jurados foram sorteados para julgar o acusado. São seis homens e uma mulher. No tribunal, serão seguidos os protocolos sanitários para evitar o contágio do coronavírus, como o distanciamento social entre eles.
Juri popular acontece no Forum de Guarapuava, região central do Paraná | Clarison Kawa/SBT News
O juiz, promotor e escrivão sentaram em uma mesa na frente. Advogados de defesa ficaram do lado esquerdo e o assistente de acusação do lado direito. Familiares, imprensa e credenciados ficam no fundo, do lado esquerdo, e os jurados do lao direito. As testemunhas foram as primeiras a falar.
No julgamento, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) sustentará a tese de homicídio qualificado (feminicídio, motivo fútil e morte mediante asfixia) e fraude processual (por ter removido o corpo da vítima do local da queda e limpado vestígios de sangue deixado no elevador).
A tese do MP-PR, comprovada pelo Laudo de Necropsia e pelo Laudo Anatomopatológico, é de que a vítima foi jogada da sacada quando já estava morta. Ao final das agressões, segundo a ação penal, a mulher teria sido lançada da sacada do apartamento pelo denunciado. Os assistentes da acusação acreditam que o réu ficará preso pela pena máxima de 30 anos.
Familiares e amigos de Tatiane Spitzner pedem por justiça e deixam flores na frente do Fórum | Clarison Kawa/SBT News
A defesa do acusado fez requerimentos para o juri como a inclusão de um vídeo gravado no elevador do prédio, onde uma testemunha disse que viu Tatiane se jogar da sacada, gravação do julgamento pela defesa para fins pedagógicos, objeção a ausência da testemunha Rodrigo Cremal, médico que tratava Tatiane Spipzer, por motivos de viagem de lazer e maior tempo de fala do réu. Todos os pedidos foram negados. O advogado de defesa, Cláudio Dalledone, fez um vídeo nas redes sociais alegando os motivos de que seu cliente é inocente, afirmando que uma testemunha viu Tatiane se jogando do prédio.
Advogado de defesa sustenta a tese de que Tatitane Spitzer se jogou do prédio | Imagens: Instagram/@drdalledone
Parte dos debates da promotoria, advogados de defessa e assistentes de acusação serão transmitidos pelo canal de vídeos do Tribunal de Justiça do Paraná. O julgamento deve durar dois dias.
O caso
Crime teve repercussão nacional. Tatiane Spizner foi encontrada morta após briga com seu marido Luis Felipe Manvailer | Reprodução
Tatiane Spitzner foi encontrada morta na madrugada do dia 22 de julho de 2018, após cair do quarto andar do prédio onde morava, em Guarapuava, região central do Paraná. As imagens das câmeras de segurança filmaram Luis Felipe Manvailer recolhendo o corpo da mulher em frente ao prédio. Ele ainda aparece limpando as marcas de sangue que ficaram no elevador.
Manvailer foi preso no mesmo dia do crime, ao tentar fugir. Ele foi encontrado após bater o carro na estrada, em São Miguel do Iguaçu, a 340 quilômetros de Guarapuava ? e a cerca de 50 quilômetros da fronteira do Brasil com o Paraguai.