PMs são investigados por ameaças e tentativa de feminicídio
Major do Rio de Janeiro e sargento da reserva do Distrito Federal cometeram crimes contra ex-companheiras
Primeiro Impacto
Dois policiais militares, um do Rio de Janeiro e outro do Distrito Federal, são investigados após denúncias de ameaça e violência contra as ex-companheiras. Um deles tentou matar a ex por três vezes.
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No Rio, o major Paulo Araújo foi denunciado pela ex-namorada, a jornalista Luana Keioze. Segundo a vítima, o PM a ameaça desde o fim da relação e teme ser mais uma vítima de feminicídio. Ela já obteve medida protetiva, mas o agressor manteve a perseguição.
Em um dos casos, Paulo chegou a dar voz de prisão a ela dentro de uma academia, após uma discussão. Segundo Luana, o homem usa o cargo de oficial da PM para perseguir e coagi-la.
"Por favor, ouçam o que eu tenho que compartilhar porque é muito grave, pois estou correndo risco de vida e por isso conto com o apoio de cada um de vocês. Há exatamente cinco meses, eu terminei um namoro de apenas três meses com o Paulo. Eu e o Paulo somos vizinhos, engatamos um namoro e após três meses eu descobri suas traições diversas e decidi colocar um ponto final nesse namoro", disse Luana em uma rede social, pedindo socorro.
Ela teve que se mudar para um hotel, saindo do local onde morava há de anos, para fugir das ameaças do PM. A medida restritiva estava em 250 metros, mas o major conseguiu derrubar o documento, diminuindo a distância para apenas 50 metros.
"Ele como oficial superior da PMERJ tem utilizado todos os privilégios de sua carreira para me ameaçar, me agredir, me difamar, me coagir, mas ele não vai me transformar numa vítima de feminicídio no Brasil. Eu vou usar a minha voz!", finaliza Luana.
DF: atropelamento criminoso de sargento contra ex-mulher
Já no Distrito Federal, o policial militar da reserva James Aparecido Melo Caldeira, de 56 anos, agrediu e atropelou a ex-mulher. Separados há dois anos, o criminoso não aceitou o fim da relação e, desde então, persegue Elaine Freitas dos Santos, de 44 anos.
Uma terceira tentativa de feminicídio foi gravada por câmeras de monitoramento. No hospital, Elaine gravou um vídeo apelando por segurança e justiça.
O caso de agressão ocorreu quando a vítima saía da academia com o namorado e foi perseguida pelo ex, que estava em um carro. Elaine levou uma "fechada" e, depois que o carro para, o namorado desceu para pedir socorro. A mulher foi arrancada do veículo e agredida pelo sargento.
Depois, Elaine conseguiu se desvencilhar, mas o criminoso entrou no carro novamente, deu a marcha ré e jogou o carro em cima dela. Na sequência, um novo ataque, atropelando a vítima. A cena chocante foi assistida por pessoas que nada fizeram.
A brutalidade do criminoso seguiu: no chão, Elaine se levantou e um homem correu em direção à vítima. O ex fez a volta, acelerou mais uma vez, atingindo a mulher, que só não foi esmagada porque conseguiu correr e sair da frente do carro antes do impacto. O agressor fugiu e o carro foi encontrado abandonado. A vítima tem uma medida protetiva em relação ao agressor.
Casos em investigação
No Rio de Janeiro, a delegacia de Copacabana investiga o caso e afirmou que a corregedoria da PM instaurou procedimento apuratório para averiguar as circunstâncias. No Distrito Federal, a corporação disse que investiga a responsabilidade do policial aposentado, ainda que não se trate de um crime militar, e que ele está com o porte de arma suspenso. Ele se entregou e foi preso.
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