No Brics, Putin volta a criticar Ocidente e defende guerra na Ucrânia
Presidente russo adotou tom ameno e agradeceu esforço do bloco para encontrar soluções pacíficas
Camila Stucaluc
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a defender a guerra na Ucrânia nesta 4ª feira (23.ago). Em discurso na 15ª Cúpula do Brics - grupo que reúne África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia -, o político afirmou que a chamada "operação militar especial" em Kiev visa acabar com a violência no país, instaurada pelo Ocidente.
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"A Rússia decidiu apoiar as pessoas que lutam pela sua cultura, pelas suas tradições, pela sua língua e pelo seu futuro. Nossas ações na Ucrânia têm apenas uma razão: pôr fim à guerra que foi desencadeada pelo Ocidente na Ucrânia contra as pessoas que vivem em Donbass", disse Putin, referindo-se à região separatista apoiada por Moscou.
Na declaração, o presidente russo ainda agradeceu aos países do Brics por "participarem ativamente" nas tentativas de paz, buscando soluções por meios pacíficos. Isso porque, desde o início da invasão russa na Ucrânia, as nações vêm enviando planos de paz para acabar com o conflito. O último a enviar uma proposta foi a África do Sul, em julho.
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Momentos antes do discurso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia abordado o assunto, afirmando que todos sofrem as consequências da guerra. "As populações mais vulneráveis, em desenvolvimento, são atingidas desproporcionalmente. A guerra da Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança [da ONU]. Estamos prontos para nos juntar a um esforço que possa contribuir para um pronto cessar-fogo", disse.