Família protesta após jovem autista perder o olho a golpes de canivete
Vítima de 22 anos foi agredida por quatro adolescentes nos arredores de Brasília
Paola Cuenca
Um jovem autista que sofria bullying perdeu um olho a golpes de canivete no Parque de Águas Claras, nos arredores de Brasília. Neste sábado (7.jan), a família e os amigos dele fizeram uma manifestação no local do crime.
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Com bexigas brancas e cartazes, homens e mulheres pediram paz, respeito e justiça para Whsterdhay Gonçalves.
O jovem autista de 22 foi espancado por um grupo de quatro adolescentes e precisou passar por uma cirurgia para remoção do olho esquerdo.
O caso aconteceu na última 2ª feira (2.jan). Whsterdhay brincava de bola com o irmão de 10 anos em uma quadra de esportes do Parque de Águas Claras. Um grupo que também estava no local teria feito ofensas racistas e homofóbicas a Whsterdhay, que sequer teria entendido a violência. O irmão mais novo reagiu e se tornou alvo do grupo. Quando Whsterdhay tentou defendê-lo, foi brutalmente agredido.
"Ele pegou um canivete e começou a bater com o ferro, aí ele abriu o canivete e enfiou no olho. Foi muito rápido. na hora não tinha nem como chamar a segurança", conta Solimon Gonçalves, irmão da vítima.
Além de ter perdido um dos olhos, whsterdhay teve uma fratura na face, perfuração no pé e apresenta diversos hematomas e machucados pelo corpo.
(sonora - wêda gonçalves - mãe da vítima)
"Ele passou a noite toda com dor. O olho dele multiplicou. Eu nunca vi o olho dele do jeito que está de tão inchado que está. Ele uivava, ele gemia de dor a noite toda. Pra mim, abrir o olho dele, pra por o colírio, é a mesma coisa de estar colocando uma faca no meu coração em brasa de fogo, porque eu não aguento mais essa tortura que eu tô passando pela cor, porque meu filho é negro, porque meu filho é autista, porque meu filho é gordo, porque ele tava com cabelo loiro", desabafa a mãe, Wêda Gonçalves.
A polícia conseguiu identificar os autores do crime, mas os quatro adolescentes ainda não foram apreendidos. O caso que era tratado como lesão corporal gravíssima, agora é enquadrado como tentativa de homicídio.
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