Publicidade
Jornalismo

"King Richard, criando campeãs" deve render primeiro Oscar a Will Smith

Ator, que já foi indicado outras duas vezes, é o grande favorito no papel de pai das tenistas Venus e Serena Williams

Imagem da noticia "King Richard, criando campeãs" deve render primeiro Oscar a Will Smith
Cena de King Richard
• Atualizado em
Publicidade

Hollywood -- Este é um daqueles filmes que funcionam como receita de bolo em Hollywood: uma história de superação de ídolos dos americanos que tinham tudo para desistir no caminho; mulheres negras que vieram de famílias simples e se transformaram em fenômeno mundial. As personagens são campeãs de tênis, as imbatíveis, Venus e Serena Williams. Mas, o personagem principal da trama é Richard, pai delas, que aos olhos de muitos, era excêntrico ou louco, mas inegavelmente a tática de criar campeãs deu certo. O filme King Richard: criando campeãs concorre ao Oscar em seis categorias e tudo indica que a performance de Will Smith, que interpreta o protagonista, vai dar a ele a estatueta de Melhor Ator.

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

"Tudo que aparece no filme é verdade, pelo menos para o Richard", contou o diretor Reinaldo Marcus Green, em uma sessão do filme em Los Angeles para convidados, à qual o SBT News esteve presente.

"Fizemos o filme a partir da autobiografia dele, tudo sob o olhar do Richard e o que traz de lembranças da criação das filhas e na transformação delas em campeãs de tênis", completou Green com um tom que pareceu estar implícito que Williams também gosta de aumentar os fatos.

A trama acompanha o pai que dedicava seus dias a treiná-las pessoalmente nas quadras do subúrbio de Los Angeles e a batalha dele em convencer treinadores profissionais -- brancos -- a patrocinar as futuras campeãs mundiais. Mas o filme peca ao colocar a mãe apenas como coadjuvante nesta história. 

Nos arredores do enredo é possível saber um pouco mais sobre a vida simples da família, que morava na cidade de Compton, uma das mais violentas e pobres dos Estados Unidos na década de 1970, época que elas viviam na região. O filme não contextualiza muito, mas mostra cenas de tensão que retratam um pouco do que acontecia na cidade: conflitos raciais entre latinos e negros e disputa de forças entre gangues traziam conflitos e altos índices de criminalidade. 

"Nós fomos fazer a pesquisa na região e visitamos o local onde a família morava, mas optamos em colocar no filme uma casa muito melhor do que a que elas realmente viviam, porque não estávamos interessados em retratar essa versão da história, isso não significa que a estávamos adoçando. Crescemos na classe trabalhadora, mas não sabíamos que éramos da classe trabalhadora. Achávamos que nosso lugar era lindo. Tratava-se de capturar nossa perspectiva e não a maneira como outras pessoas nos veem", disse Green.

A trama acompanha o pai que dedicava seus dias a treiná-las pessoalmente nas quadras do subúrbio de Los Angeles e a batalha dele em convencer treinadores profissionais - brancos - a patrocinar as futuras campeãs mundiais. Mas, o filme peca ao colocar a mãe apenas como coadjuvante nesta história. Aliás, Aunjanue Ellis concorre na categoria de atriz coadjuvante por interpretar a mãe da dupla de tenistas.


Indicações de "King Richard: Criando Campeãs"

Melhor Filme
Melhor Ator - Will Smith
Melhor Atriz Coadjuvante - Aunjanue Ellis
Melhor Canção Original - Be Alive - Beyoncé
Melhor Roteiro Original
Melhor Edição

Conexão com a história 

O diretor, que também é negro, disse ter se conectado com a trama das Williams. Desde o primeiro momento que leu a história, viu em Richard a sua própria figura paterna. Criado apenas pelo pai, ele conta que passou a infância sendo levado por ele para todos os lados para treinar beisebol. Green chegou a jogar nas principais ligas dos Estados Unidos. 

"Também morava no subúrbio, só que de Nova York e, assim como na vizinhança das Williams, muitas das crianças que cresceram comigo já morreram por causa da violência ou estão na prisão. O que fez a diferença na minha vida foi meu pai", diz ele emocionado ao contar que, infelizmente, o pai não está mais presente para ver o filho na festa do Oscar.

Green se transformou no diretor de King Richard: criando campeãs após a esposa de Will Smith, Jada Pinkett Smith, assistir ao filme Monsters and Men, dirigido por ele, sobre preconceito racial e brutalidade policial, no Festival de Sundance em  2018. Ela se encantou com o talento do jovem cineasta e o apresentou ao marido, que começou a negociar com Green para dirigir o filme sobre as irmãs Williams, do qual Smith é também produtor.

Divulgação/HBO Max

E o Oscar vai para? Will Smith?

Will Smith já foi indicado outras duas vezes na categoria de Melhor Ator: em 2002, por interpretar Cassius Clay (Muhammad Ali) em Ali, e em 2006, em outra biografia, À procura da Felicidade, filme-inspiração baseado na história real de Chris Gardner (personagem de Smith), um ex-sem teto que se tornou investidor de Wall Street e palestrante motivacional.

Nesta temporada, com Richard, já arrecadou as principais premiações do ano como BAFTA, Critics Choice, Globo de Ouro, SAG entre outros, na categoria de Melhor Ator, e é o grande favorito para levar a estatueta do Oscar, mesmo concorrendo com os pesos-pesados Denzel Washington (A tragédia de Macbeth) e Benedict Cumberbatch (Ataque dos cães).

Divulgação/HBO Max

As irmãs Williams

As atrizes Saniyya Sidney e Demi Singleton, que interpretaram Venus e a Serena, nunca haviam jogado tênis antes de fazer o filme. O foco do trabalho de preparação foi treinar principalmente os movimentos corporais das campeãs do mundo para imitar o estilo de cada uma no longa. É claro, que precisavam acertar a bola, mas foi o trabalho de coreografia que trouxe os passes perfeitos ao telão. 

Saniyya, inclusive, é canhota e Vênus, destra. Então, além de tudo, ela teve que jogar com a mão menos dominante. 

Serena e Venus Williams foram as produtoras executivas de King Richard. Mas, como não acompanharam todas as filmagens e a edição, pediram para assistir ao longa antes de colocarem o nome delas nos créditos finais.

O diretor conta que o dia que ele ficou mais ansioso na vida foi quando as estrelas do tênis foram assistir ao filme pronto. "Não sabia o que fazer naquelas duas horas de tão ansioso que eu estava. Mas, quando ligaram emocionadas, dizendo que tinham adorado, esse se transformou no melhor dia da vida", conta Green.

Beyoncé no Oscar e o breakpoint para Compton

Outra pessoa que ligou com lágrimas nos olhos, só que para Will Smith, foi Beyoncé. Queen Bey também foi ver a produção antes da finalização e, na sequência, telefonou para o ator que também é produtor do filme, dizendo que se viu na história emocionante e que tinha uma música para colocar em King Richard. Agora, a música dela Be Alive concorre ao Oscar na categoria de Melhor Canção Original. Esta é a primeira indicação de Beyoncé, que é recordista em estatuetas do Grammy, com 28 no total, e já participou da festa ao apresentar premiados em 2005, 2007 e 2009.

Fontes revelaram à revista americana Variety que Beyoncé deve se apresentar na grande noite do cinema mundial e que sua performance (programada para ser a abertura da festa) não seria no Dolby Theater, mas dos palcos que criaram Venus e Serena: as quadras de tênis de Compton. 

A região de Compton, que inclui as cidades de Hawthorn e Inglewood, também é berço do gangsta rap (Compton's Most Wanted e N.W.A). Em fevereiro deste ano, a vizinha Inglewood foi palco do Super Bowl e, pela primeira vez na história, levou ao palco do maior evento esportivo americano o rap e o hip hop. Agora, com os holofotes do Oscar, enfim, o subúrbio angelino pode ter o breakpoint que merece.

King Richard: criando campeãs está disponível no Brasil na HBO Max, NET Now, Apple TV, Looke, Google Play e Microsoft Store.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade