Funcionária protesta ao vivo contra guerra em TV estatal russa
Editora invadiu estúdio com um cartaz pedindo o fim da invasão e alertando sobre as "mentiras" do governo
Uma funcionária do 'Canal 1', uma TV estatal russa, protestou contra a guerra na Ucrânia durante um jornal ao vivo da emissora.
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A editora invadiu o estúdio gritando as palavras de ordem "Parem com a guerra! Não à guerra!" e segurando um cartaz com as bandeiras da Rússia e da Ucrânia e as frases: "Pare a guerra! Não acredita na propaganda, eles estão mentindo para você", referindo-se à versão distorcida dos acontecimentos em território ucraniano, apresentada pelo governo de Vladimir Putin.
A woman burst onto Russia?s main live evening newscast today with a sign that says:
? max seddon (@maxseddon) March 14, 2022
"Stop the war
Don?t believe propaganda
They?re lying to you"
And chanting: "Stop the war! No to war!"pic.twitter.com/pKVKZFVEM3
Antes do ato, a funcionária, que foi identificada como Marina Ovsyannikova, gravou uma mensagem na qual diz ter vergonha de ser funcionária, há tantos anos, do 'Canal 1'. "O que está acontecendo na Ucrânia é um crime e a Rússia é a agressora", disse a editora, acrescentando que é filha de pai ucraniano.
Marina Ovsyannikova também criticou a forma como a população tem aceitado ações autoritárias do governo russo. "Nós não protestamos quando o Kremlin envenenou Alexei Navalny. Nós, silenciosamente, observamos esse regime desumano. Agora, o mundo inteiro virou as costas para nós, e nem dez gerações de nossos descendentes vão limpar essa guerra entre irmãos", concluiu.
Segundo a agência de notícias russa TASS, o 'Canal 1' informou estar realizando uma revisão interna a respeito do incidente. Ovsyannikova deve responder na justiça por divulgar "informações falsas" contra o exército e a "operação militar especial" na Ucrânia - inclusive, pelo uso da palavra "guerra". Uma lei sancionada, recentemente, pelo presidente Vladimir Putin estabelece pena de até 15 anos para esse tipo de infração.
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