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Ouvidoria pede afastamento de PMs que mataram investigador em SP

Crime é resultado de uma desavença que começou em 2020 entre os policiais

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abordagem policial
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A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo pediu o afastamento dos policiais militares envolvidos no assassinato de um policial civil na porta de uma delegacia, há oito dias, na no Guarujá, litoral paulista.

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A morte do investigador Eduardo Antonio Brazolin, de 65 anos, foi o fim trágico de uma história de ameaças e perseguição que começou em 2020. Ele foi atingido por tiros de fuzil disparados por um PM.

A rixa entre o grupo de PMs da Força Tática e o investigador começou em 02 de novembro de 2020, quando os policiais militares mataram o motoboy Luan Fagundes da Silva, num suposto confronto. Luan era amigo dos filhos de Eduardo e o policial civil levantou a suspeita de que o jovem tenha sido executado. 

A partir daí, começaram as ameaças. Carros da Polícia Militar passaram a rondar quase que diariamente em torno da casa do investigador. Em um depoimento prestado nesta  02ª feira (08.mar), na ouvidoria da polícia, o filho do investigador relatou que era sistematicamente abordado pelos PMs nas ruas - e ameaçado.

O investigador esteve na ouvidoria da polícia e registrou seis boletins de ocorrência sobre as ameaças de morte que recebia dos policiais militares, o que na prática não resultou em nada. O policial civil foi morto na semana passada pelos mesmos PMs depois de ser ameaçado mais uma vez.

Tudo começou com outra abordagem, na segunda-feira de carnaval. O filho do policial saiu de um restaurante com amigos. Os policiais militares apareceram e abordaram um dos rapazes. Um dos PMs mandou um novo recado para o investigador, com ofensas e disse que tinha 'uma arma separada' para matá-lo, enquanto batia em seu fuzil.

O jovem voltou pra casa e contou sobre a nova ameaça. O investigador foi até a delegacia para fazer mais um boletim de ocorrência e saber o que tinha acontecido com o amigo do filho. Quando os militares chegaram, houve mais discussão, que só terminou com os disparos. O investigador levou seis tiros de fuzil. Dois PMs ficaram feridos, mas sem gravidade. Apesar de não ter feito nada de errado, o filho do policial civil foi mantido algemado dentro da viatura da Polícia Militar e próximo do corpo do pai. As marcas por todo o corpo do rapaz provam a violência que ele sofreu.

O tiroteio entre os homens da lei na porta da delegacia foi filmado pelas câmeras de segurança, mas as imagens são guardadas à sete chaves, até porque elas são a prova de uma crise histórica na segurança pública de São Paulo. O ouvidor da polícia pediu o afastamento imediato dos PMs.

A Secretaria da Segurança Pública informou que os fatos são apurados pelas corregedorias das polícias Civil e Militar.

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